Na noite de quarta-feira aconteceu mais um encontro da confraria Tarja Preta.
Já estou devendo uma explicação a respeito desse nome, não é mesmo? Vamos lá então: Em um evento que realizamos na casa Nieto Senetiner, nossa amiga e também sommelier Marisa comentou que sua mãe costumava afirmar que pessoas que tomam remédios de tarja preta para descansarem ou para aliviarem o estresse nunca, de fato, tomaram um bom vinho afinal, esse sim é um bom remédio; porque não há nada melhor para aliviar as tensões do dia a dia do que abrir uma garrafa de vinho e dividi-la com pessoas especiais... Desde então, esse passou a ser o nome da nossa confraria, que é sempre realizada na primeira quarta-feira do mês.
O encontro de anteontem foi no bar Kintarô, de propriedade de Willian Takahiro, mais conhecido como Taka, nosso querido amigo, famoso lutador de sumô, advogado, sommelier, chef de cozinha e mais um monte de coisas (eu desconfio que o dia dele tenha umas 36 horas... pelo menos!)
O bar, ou boteco, como ele prefere chamar, é famoso pelos seus deliciosos petiscos que são servidos diariamente. Tão delicioso e tão famoso que existem excelentes críticas sobre o boteco na Internet. Os textos do Marcelo Katsuki - da Folha de São Paulo e o texto de Fabrício Corsaletti - da Revista da Folha são maravilhosos. Vale a pena o clique aqui e aqui. No jantar, o Taka resolveu nos presentear com um jantar legítimo e tradicionalmente japonês (sem as “invencionices” que sem tem visto por aí) para ser harmonizado com vinhos.
Estejam preparados leitores afinal, muita coisa boa vai aparecer agora:
Nada melhor do que começar uma confraternização com espumantes, não é mesmo;
e seguindo essa premissa divina, iniciamos nossos festejos com a espumante 3B, da Filipa Pato, que é elaborado a partir das uvas Baga e Bical. Na taça apresentou um tom rosé bem suave. Aromas de cereja, morango e goiaba estavam presentes. Na boca esses morangos tomavam força e se destacavam ainda mais. Com acidez equilibrada, esse espumante português bastante delicado ficou ainda mais tentador quando na mesa chegou o hananira to geso no bata itame...
Que sabor divino! Com tempero leve e equilibrado, essa "saladinha" preparada a base de hananira com pedacinhos de shitake e lula na manteiga me fizeram suspirar a cada garfada!
Em seguida ele pôs na mesa o Gyuniku no tataki
Um tipo de roastbeef, com cebolas roxas, molho ponzu (shoyu ácido), shiso e gengibre. Outro espetáculo a parte, que combinou perfeitamente com a noite quente que fazia em São Paulo. O filet mignon é selado e misturado a temperos secretos, que só pertencem ao chef. Que maciez! Que molho azedinho mais delicioso!
Este prato foi harmonizado com o Nieto Senetiner Malbec Rosé Nouveau 2010, que passa rapidamente por barricas de acácia, que lhe confere aromas intensos de flores. Diferente, né?
Além dos aromas florais, morangos se faziam presentes. Na boca apresentou bastante persistência e equilíbrio. Vinho muito bem feito e que harmonizado com o prato me deixou sem palavras...
Leitores, isso é só o começo... Amanhã teremos a continuação da descrição dessas comidas e vinhos, não percam!
Mas antes que eu encerre este post, preciso conferir crédito às fotos dos pratos. Thalita, amiga do Taka e nossa amiga, agora, foi quem as tirou... Bem vinda ao grupo Thalita! Saúde!