quarta-feira, 21 de setembro de 2011

O Cantucci feito em casa e o Vin Santo!

Chegou o momento mais esperado do dia... Experimentar o Cantucci elaborado pela Joyce. Sim! É possível fazer cantucci em casa e posso garantir que fica excepcional. Observei direitinho a preparação e, inclusive, ajudei a fatia-los. Em breve prepararei em casa para ver se obtenho o mesmo sucesso!!

Para quem não conhece, o cantucci é um pequeno biscoito doce, seco e duro, enriquecido com amêndoas, originário da região da Toscana, na Itália, que acompanha o café ou o vinho de sobremesa. Reza a lenda que a harmonização perfeita com esses biscoitinhos é com o clássico Vin Santo. Lenda não, pois já fiz o teste e foi perfeito, mesmo! (não leu, clique aqui)

O Vin Santo é um daqueles vinhos feitos para meditar... Feito de maneira quase artesanal, esse vinho originário também da Toscana tem em sua composição as uvas Malvasia e Trebbiano, principalmente. Para muitos, ele se chama Vin Santo porque a Igreja Católica durante muitos anos o consagrou, na missa, como símbolo do sangue de Cristo. Outros sustentam que recebeu esse nome em concílio ecumênico convocado pelo Papa Eugênio IV, em Firenze, capital da Toscana. Assim, haveria uma data oficial para o nascimento do Vin Santo: 1439.

Enfim, o que importa é que as uvas são colhidas no auge da maturação (maior concentração de açúcar) e depois são passificadas. O mosto é colocado em barrica de carvalho e maturado por até 6 anos.

Nós bebemos dois rótulos distintos, mas ambos passaram 4 anos descansando nas barricas!!

Começamos com o Vin Santo Poderi del Paradiso 2004.


Esse vinho apresentou um amarelo ouro bem lindo, né? Observe bem a imagem... No nariz, notas de amêndoas e damasco. Na boca, notas de frutinhas bem maduras. Bom corpo e excelente acidez!

Depois fomos para o Vin Santo Badia a Coltibuono, 2003. 


Na taça apresentou uma coloração âmbar bem intensa. Aromas de mel e damascos eram facilmente identificados. Na boca apresentou bom corpo e uma série de sabores como notas de frutas doces e maduras, de mel e de caramelo.

E, para finalizar o almoço (que a essa hora já era jantar!), um vinho de colheita tardia. O escolhido foi o chileno Late Harvest de Sauvignon Blanc 2007, da Morandé.


Com essa coloração lindíssima, surpreendeu nos aromas de frutas e flores secas, mas me decepcionou (um pouco) na boca. Achei um pouco doce demais, com pouca acidez, o que compromete (ao meu ver) harmonizações com doces muito pesados. Mas vale muito se harmonizado apenas com boas companhias e boas conversas!

E esse foi mais um encontro da Confraria Tarja Preta!

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Os tintos, a massa e o carneiro

Olá leitores, eu SEI que estou sumida, mas vocês não podem calcular a loucura que tem sido essas duas últimas semanas. Foi um mix de muitas provas para elaborar e corrigir (eu sou professora, caso alguém ainda não saiba!). Além disso fui para Campinas fazer a cobertura da MIV (Mostra Internacional de Vinhos); e fora a NET, que às vezes opta por não trabalhar... Mas vamos lá, antes tarde do que mais tarde, não é mesmo!

Após os espumantes, os queijos, os petiscos e os vinhos brancos, chegou a vez do prato principal e seus acompanhamentos.

A Joyce optou por nos surpreender com as massas frescas (elaboradas por ela mesma). O primeiro foi um ravioli recheado com abóbora e catupiry com molho bechamel e um queijinho parmesão por cima...


O segundo foi um capeletti recheado de ricota e nozes com molho pesto e hortelã!


Esse segundo prato ficou realmente especial. O hortelã acrescenta não só um aroma incrível, mas também um frescor, uma modernidade ao tradicional manjericão. Foi o meu preferido!

O terceiro foi o bom e velho spaghetti ao sugo.


Para acompanhar essas massas, tinha ainda um carneiro que marinou por umas 10 horas no Pinot Noir. Ele ficou sensacional: macio, saboroso e suculento. Foi a primeira vez que provei carneiro (isso porque eu tenho muita dó daqueles bichinhos peludinhos, fofinhos!), e a experiência foi sensacional!

Alguns vinhos foram selecionados para nos acompanhar nessa parte da refeição. O primeiro foi o delicioso grego Tsantali Naousa...


Esse vinho, elaborado 100% com a uva autóctone Xynomavro, apresentou uma coloração rubi bem bonita, com reflexos violáceos. No nariz, notas de ameixa em calda e cereja foram marcantes, na boca excelente acidez, notas de cereja e um tostado bem levinho. Eu adorei! Na verdade eu tenho percebido que os vinhos gregos me conquistaram... Gosto dessa coisa diferente, de fugir das uvas tradicionalmente conhecidas.

Em seguida fomos para a Itália, com o Valpolicella Ripasso Superiore Soraighe... 


Elaborado a partir das clássicas cepas Rondinella, Corvina e Molinara esse vinho apresentou um vermelho rubi bastante intenso, bem profundo. No nariz mostrou bastante fruta. Na boca deu para notar baunilha e amêndoa tostada, que combinaram perfeitamente com a carne de carneiro. Harmonização nota dez!

Em seguida partimos para a Espanha, com o Clos de Torribas 2006, que apresentou um vermelho rubi bonito, com notas aromáticas de coco. Na boca, muita fruta e muita madeira. Vinho simples, mas bacana...


Optamos voltar para a Itália, mais precisamente para a região da Toscana. Para isso, abrimos o clássico Chianti Riserva 2004, da Cantine Bonacchi.

 

Esse tinto, produzido com as cepas Sangiovese e Canaiolo apresentou aroma marcante de frutas vermelhas. Na boca mostrou boa acidez, as mesmas notas de frutas vermelhas e um tanino bem macio. Muito bom!   

Para finalizar abrimos o Poderuccio 2008, também da região da Toscana.

Esse vinho foi elaborado com as castas Sangiovese, Merlot e Cabernet Sauvignon. Notas aromáticas de chocolate, tabaco e frutas como ameixa. Na boca, muita elegância e bem integrado. Ficou MUITO bom com o carneiro.

Em resumo, passamos pelo prato principal em grande estilo, não é mesmo? Mas ainda tinha o Vin Santo e o Cantucci para finalizar o dia!

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Os brancos e rosés para as entradas

Dando sequência as nossas festividades de feriado, seguimos para os petiscos e para os vinhos brancos e rosés...

Começamos com queijos saborosos como parmesão, grana padano, brie e o espetacular Serra da Estrela (levado pelo nosso amigo cosmopolita Taka), que foi devorado rapidamente, acompanhado de torradinhas, ou puro, às colheradas!

Hummmmmmm...

Além dos queijos, teve esse divino petisco preparado pela Regiane: Aspargos com alho poró, envolto por presunto cru e coberto por lascas de queijo grana padano...

Hummmmmmm, de novo!

Saborosíssimo! E, para nossa surpresa, não tivemos problemas na harmonização desse prato!

Começamos com o vinho italiano, da região do Veneto, Torresella 2010, um vinho elaborado 100% com a uva Pinot Grigio, que gera vinhos muito leves, frescos e frutados, perfeito para nosso clima quente.

E foi isso o que esse vinho nos apresentou, com sua coloração amarelo palha e reflexos esverdeados: aromas leves e frescos, com notas de frutas cítricas. Na boca mostrou o mesmo frescor e leveza. Vinho simples e bem feito, mas que não harmonizou com nenhum dos petiscos.

Em seguida fomos para o italiano, da região da Umbria, Orvieto Classico 2010, da Bonacchi.


Esse vinho, elaborado com as uvas Malvasia e Trebbiano, foi surpreendente. Além da coloração quase transparente (que eu adoro), mostrou  muito frescor, tanto no nariz como na boca. Notas de frutas cítricas, flores brancas, um toquezinho de mel e uma acidez incrível. Ficou muito bom com o petisco de presunto cru, além de harmonizar maravilhosamente bem com o cantucci (que estava saindo do forno!)

Em seguida, fomos para o sul africano Porcupine Ridge 2010, do produtor Boekenhoutskloof.


Elaborado 100% com a uva Sauvignon Blanc, esse vinho mostrou também muito frescor e muito sabor. Aromas de aspargos, frutas frescas como pêra e frutas cítricas, além de um toque mineral bem leve. Na boca, frescor, acidez e muito leveza.

Depois partimos para o rosé brasileiro da serra catarinense, Villa Francioni.


Esse rosé, a meu ver, dispensa comentários. Na taça essa cor de pôr-do-sol que eu amo! No nariz, bastante complexidade: notas florais suaves e de frutas bem docinhas (morango principalmente), um pouco de aspargos e uma certa mineralidade... Na boca, muitos moranguinhos... que delícia! Acidez média, assim como a persistência... Gostei dele com o queijo brie e com os petiscos de presunto cru!

Enquanto bebíamos todas essas variedades, fomos cortando e  recheando nossas massas frescas, cozinhando os tomates para o molho, temperando o carneiro e assando os cantucci... Sim! Os cantucci foram preparados em casa!

Muitas coisas boas ainda nos esperavam!

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Espumantes brasileiros para brindar o 7 de setembro

A vida está sempre nos ensinando coisas, não é mesmo! A última que aprendi foi a de que podemos fazer amigos em qualquer época de nossas vidas! Basta termos afinidades, e tudo simplesmente acontece...

Estou dizendo isso pois o último encontro da Confraria Tarja Preta agregou mais pessoas para nosso grupo. E tudo isso aconteceu no feriado do dia 7 de setembro...
Organizamos um almoço na casa da Joyce, um "junta-panelas" como ela decidiu nomear, com direito a petiscos deliciosos, massa fresca, carneiro, cantucci, e tudo isso harmonizado com muitos vinhos. Por isso leitor, já vou avisando que este post será dividido em algumas partes, ok? Ficaria impossível falar tudo em um único texto!

Como toda comemoração deve se iniciar com espumantes, vamos a eles:

O primeiro foi o Arte Brut, da Casa Valduga, 2008.

Com um amarelo bem clarinho, apresentou aromas de frutas tropicais. Na boca mostrou bom perlage, muito frescor e leveza, com notas de maçã e pêra. Ao final, um leve amargor, mas que não atrapalhou em nada.

Em seguida partimos para o espetacular Espumante Rosé Brut, da Pericó.


Espetacular pois só de abrir a garrafa os aromas já ficcaram perceptíveis. Elaborado com 60% Cabernet Sauvignon e 40% Merlot, esse espumante surpreendeu a todos. E nos fez perceber que Santa Catarina está levando muito a sério essa história de fazer vinhos! Isso já foi comentado em outros posts aqui no "Taças e Rolhas".

Mas, voltando ao espumante, este apresentou uma cor salmão lindíssima, com perlage fino e intenso. O aroma de goiaba foi o mais marcante, mas era possível notar um pouco de rosas também. Na boca, excelente acidez, com repetição das notas de goiaba e um pouco de morango. Fiquei imaginando a harmonização desse espumante com comida japonesa... Deve ficar muito bom!!!!

Em seguida fomos para o Dádivas Brut, da Lídio Carraro.


Com coloração amarelo palha bem clarinho, quase incolor, com perlage fino e persistente, esse espumante apresentou notas aromáticas de frutas cítricas e maçã verde (que eu adoro!) e um pouco de flores brancas. Na boca mostrou excelente acidez. A sensação que essa acidez provocou em mim é aquela sensação de quando comemos maçã: a boca fica fresca, leve, sáliva fina... Eu adorei... Parecia que estava mordendo a própria maçã verde e, para ajudar, apresentou um retrogosto de mel, bem levinho...

Em resumo, iniciamos muito bem nossa comemoração! Bons espumantes nacionais que foram harmonizados apenas com deliciosas conversas... Até aí já estava bom, mas o melhor ainda estava por vir... e nós sabíamos disso...

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Viña Maipo Syrah

Adoro a uva Syrah... Acho que ela é perfeita para aquela harmonização com pratos mais temperados, mais apimentados! Vale lembrar que a pimenta é de difícil harmonização, mas nós, loucos por vinhos, jamais recusaremos abrir uma garrafa só porque a tarefa de combinar é difícil...

Por isso, na minha visita ao restaurante Outback, é óbvio que fui de Syrah.


O escolhido foi o chileno Vinã Maipo Reserva Syrah 2008. Decidi optar por este chileno pois, até aquele momento, só havia bebido um Sauvignon Blanc dessa mesma vinícola, que foi postado aqui há um bom tempo (não leu, clique aqui)

E, valeu a pena. Esse vinho, que passa 8 meses em barrica de carvalho americano, apresentou uma coloração vermelho bem escuro, com reflexos violáceos (como a iluminação no restaurante é mais amena, posso falhar na coloração, ok?). No nariz, aromas de frutas vermelhas, chocolate, especiarias e figo. Na boca, bem estruturado, encorpado, com toques de chocolate, especiarias e um pouquinho de menta... Muito bom!

Foi harmonizado com a clássica cebola do Outback (difícílima harmonização), mas deu para encarar, e harmonizou super bem com a costelinha ao molho barbecue...

Na próxima vez que voltar ao Outback, já sei qual vinho beber!