segunda-feira, 28 de maio de 2012

Pura Garnacha!!

Há tempos estou para escrever este post. Sabem porque demorei? Porque os vinhos que falarei agora foram a minha melhor surpresa neste ano de 2012 e porque eu estava buscando palavras para poder defini-los.

Algumas semanas atrás recebi um e-mail do Luís Remacha, da vinícola La Calandria, da região de Navarra/ Espanha, me convidando para provar seus vinhos. Como estou sempre em busca de descobertas afinal, é isso que nos leva ao conhecimento, não podia deixar essa oportunidade passar.

O simpático Luís é um apaixonado pelo que faz. Também pudera, seus vinhos são deliciosos, puros e que buscam retratar da melhor maneira possível o terroir que eles têm.

O nome da vinícola é La Calandria, o pássaro conhecido por nós como calhandra. Esse nome é porque o trabalho dos produtores é sair colhendo as uvas garnacha de vinha antiga em vinha antiga, que foram recuperadas, e que estão em via de extinção. Assim sendo, a vinícola produz vinhos naturais e 100% com a uva garnacha (ou grenache).

Depois de receber toda a explicação sobre o processo de elaboração dos vinhos, provei os 4 rótulos que eles desenvolvem. Vamos a eles:


O primeiro foi o Sonrojo 2011. Um vinho que me ganhou de cara... sabe aquele vinho fácil de beber, que você pode abrir a qualquer hora, sem delongas... É esse!! Jovem, brilhante, fresco e muito aromático, esse vinho apresenta uma coloração de enfeitiçar os olhos. A acidez é marcante e as notas de amora se destacam tanto no nariz quanto na boca. Vinho próprio para ser bebido antes das refeições, ou na beira da piscina, ou na praia, ou onde você quiser! Perfeito para nosso clima.

Em seguida provamos o Volandera 2011.


Com coloração violeta claro, esse vinho apresentou aromas fartos de framboesa, alcaçuz, morangos e cerejas. Na boca é leve, fresco, simples, bem feito, ideal para uma tarde ensolarada afinal, ele tem um caráter bastante festivo.

Na sequência, provamos o Cientruenos 2010, que apresentou um vermelho rubi bem vivo e bonito. No nariz aromas frutados e na boca um equilíbrio incrível, com bastante personalidade.


Por fim, provamos o Tierga 2008. Após passar 7 meses em barrica de carvalho, esse vinho vai para a garrafa e é distribuído para nos enfeitiçar. De coloração violeta escuro, esse vinho apresenta aromas de frutas e um leve toque de madeira, totalmente integrado ao vinho. Na boca mostrou-se fino, elegante, com boa estrutura e equilíbrio.


A paixão do Luís vem justamente pela condição da produção desses vinhos. É impossível não se apaixonar também. Veja só: As vinhas velhas produzem pouquíssimo e o trabalho desses enólogos é sair buscando essas uvas de galho em galho, como o pássaro citado anteriormente. Além disso, essas vinhas velhas são tratadas de modo natural e manual, o que não dá para concorrer com a produção altamente mecanizada das grandes vinícolas de hoje. Mas é justamente esse trabalho árduo, de pessoas apaixonadas por vinhos que nós encontramos dentro de suas garrafas. Como o Luís mesmo disse - "É poesia engarrafada!"

O melhor de tudo: Esse vinho já é comercializado no Brasil. Quem o traz é a importadora Dominio Cassis.

Para encerrar, deixo vocês com as lindas fotos da região onde esses vinhos são elaborados. Não poderia terminar de outra forma... Espero ter conseguido encontrar as palavras para expressar minha surpresa... Se não encontrei, as imagens falam por si só!





2 comentários:

  1. Garnacha é puro charme. Veio de Rioja, centro norte da Espanha, mas no Mediterrâneo ganhou charme e hoje com a Mouvèdre (Monastrel) e a Cinsault são as grandes uvas do Mediterrâneo. Não sem esquecer que faz parte de 50% dos Chateau-neuf-du-Pappe

    Um beijo alemdovinho

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    1. Você é incrível, Peter! Em quatro linhas deu uma aula! Super beijo!

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