terça-feira, 22 de maio de 2012

Don Quijote de La Mancha e os vinhos!

Sempre gostei de vinhos espanhóis, embora não sejam os meus favoritos. Mas essa situação começou a mudar nas últimas semanas. Isso porque, no Encontro de vinhos OFF e na Expovinis conheci os vinhos da região de Navarra, até então desconhecidos por mim. E, na última terça-feira conheci também os vinhos da região de La Mancha, em um evento muito bacana que aconteceu no Hotel Emiliano, aqui em São Paulo...

Por onde começar? Nem sei dizer... Tanta coisa boa... Talvez La Mancha, e isso porque, como professora de Literatura, tenho verdadeira paixão pelo clássico Don Quijote de La Mancha... Aliás, o símbolo da Denominação de Origem de La Mancha é o nosso querido cavaleiro andante e seu "cavalo" Rocinante!!


Miguel de Cervantes, em sua obra, descreve bem a região, embora não fosse essa sua intenção. Porém, mesmo sem nunca termos colocado os pés ali, é possível visualizar e sentir cada lugarejo. Durante a leitura percebemos que Dom Quixote vê chuva durante um único momento, e é uma chuva bem levinha, uma garoa praticamente. No mais, ele caminha sempre sob um sol escaldante... E é assim mesmo que essa região, ainda pouco conhecida por nós, brasileiros, produz seus vinhos. Com um temperatura que pode chegar a 40 graus durante o verão, e com chuvas escassas, as vinhas são espaçadas para permitir que cada planta possua sua própria parcela de água, que costuma cair bem aos poucos. Além disso, num clima tão inóspito, as pragas não resistem e, portanto, as uvas crescem sem sofrerem de doenças.

A experiência de provar os vinhos dessa região foi realmente gratificante. Confesso que me surpreendi com a boa qualidade dos vinhos aliás, eu poderia destacar vários produtores aqui. Mas, para não me estender demasiadamente, hoje falarei de um dos produtores que mais gostei: A Bodega Verduguez.

Foto: Divulgação

Um dos meus favoritos foi o Hidalgo Castilla, elaborado 100% com uma das castas típicas da região, a Tempranillo. Esse vinho, que passou 12 meses em barrica de carvalho e mais 2 anos na garrafa antes de ser posto para a comercialização, mostrou notas de frutas bastante maduras, especiarias como cravo, canela e noz moscada, flores bem delicadas e um tostadinho. Na boca era extremamente equilibrado, com bom corpo e excelente acidez. As notas de frutas maduras se comprovaram na boca e os taninos mostraram-se bastante elegantes. 

Com um seleção de vinhos bem interessantes, esse produtor me ganhou não só pela qualidade do vinho,  mas também pela surpresa de ter entre seu rótulos um Tempranillo Dulce, o Nebbia.


Elaborado a partir da colheita tardia da Tempranillo, esse vinho mostrou, além de aromas como damasco e frutas secas, um excelente equilíbrio entre acidez e doçura, tornando-o memorável. Queria tanto degusta-lo com um chocolate... Mas para isso, algum importador brasileiro precisa trazer esse vinho para nossas terras, ou então, realizar uma deliciosa andança por La Mancha, a terra do nosso sempre querido Dom Quixote...

Ah, memória, inimiga mortal do meu repouso...
                                                                        

2 comentários:

  1. Evelyn, só você para juntar, num mesmo post, as maravilhas dos vinhos espanhóis com as maravilhas do Cavaleiro da Triste Figura ... Dá vontade de beber e de ler !
    Cheers !

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    1. Obrigada, Nivaldo!
      Pois é, queria fazer o mesmo, rsrsrsr...
      Beijo

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