A convite do Senac-SP, o engenheiro alemão Michael Zepf, doutor em Tecnologia de cervejas e bebidas e diretor técnico da Doemens Akademie na Alemanha, esteve ontem à noite no Senac Penha para palestrar, juntamente com a mestre-cervejeira e beer somelière Cilene Saorin, sobre as possibilidades de harmonização entre cervejas e queijos. A palestra foi uma pequena apresentação sobre o que os futuros alunos da primeira turma do concorrido curso de Formação de Sommelier de cervejas, criado por Cilene, em parceria com o Senac e com a Doemens, vão encontrar ao longo das aulas.
Na apresentação inicial nos foi mostrado um pouquinho sobre a história da cerveja e como conhecemos pouco sobre a cultura dessa bebida/ alimento.
Depois dessa conversa passamos para a degustação propriamente dita. Degustamos 4 tipos de cervejas, harmonizados com 4 diferentes queijos.
A primeira cerveja foi a Stella Artois (Bélgica) - Uma pilsen lager, ou seja, feita com leveduras de baixa fermentação; essa cerveja apresentou um aroma sutil, de bastante frescor, com uma espuma persistente. O queijo gruyère foi o que melhor harmonizou, já que o contraste da doçura do queijo com o amargor da cerveja funcionaram bem.
A segunda cerveja foi a Bamberg (Brasil) - uma Weizen, que apresentou um amarelo turvo, com aromas marcantes de banana, cravo e caramelo. Ela harmonizou bem com o queijo brie, pois a gordura do queijo na boca era eliminada pela acidez presencial da cerveja.
A terceira cerveja foi a Falke Ouro Preto (Brasil) - uma Dunkel, ou seja uma cerveja de baixa fermentação, com maltes de bastante torrefação. Esta cerveja necessitava de um queijo de personalidade pois se mostrava na boca bem marcante, com sabor de café queimado e toques de chocolate. O queijo que agüentou melhor a potência foi o Gorgonzola. O Parmesão sucumbiu ao primeiro gole.
A quarta e última cerveja degustada foi a Colorado Indica (Brasil) - uma IPA, mais alcóolica e lupulada, que super harmonizou com o Parmesão. Essa cerveja apresentou uma explosão de aromas frutados, cítricos e florais. Na boca, mostrou-se bem estruturada. Junto do queijo fizeram um belo casamento.
Vale destacar que dos 4 rótulos, 3 são nacionais. Cilene fez questão de escolher cervejas de microcervejarias brasileiras, que cada vez mais estão conquistando o paladar do público brasileiro com sabores diferenciados. Michael Zepf afirmou estar surpreso com a boa qualidade de nossa bebida!
Neste dia foram degustadas ótimas cervejas e o ambiente descontraido ajudou muito no entendimento. Uma curiosidade que foi mencionada: 95% da produção Mundial é de cerveja pilsen, ou seja, apenas 5% da produção é dedicada aos demais sabores. Vamos aproveitar bem esses 5% hehehehe
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