terça-feira, 22 de novembro de 2011

Bag in box da Provence!

Seguindo a linha: "que calor! preciso me refrescar!", decidi fazer um post sobre essa caixinha:


Para quem não conhece, essa caixinha é chamada de bag-in-box, e dentro desta, especificamente, contém um delicioso rosé da Provence, que foi comprada no Le Tire Bouchon! Um rosé em uma bag de 5 litros... Sim!!! Cinco litros de muito frescor e qualidade, além de ser perfeita para comemorações, justamente por ser bem prática... Ideal para as festas de final de ano que vem por aí!
Mas o que é o sistema bag-in-box?

Trata-se de uma bolsa elaborada em filme multicamada que é acondicionada dentro de uma caixa, normalmente de papelão, com objetivo de facilitar o transporte e o acondicionamento. No caso dos vinhos, a bag-in-box possui uma espécie de “torneira” de onde se serve o vinho. Costuma-se dizer que a qualidade da última taça é a mesma da primeira, já que o oxigênio (o grande vilão) não entra em contato com o vinho...

Além de a embalagem ser prática para armazenagem - olha ela aí em uma cantinho dentro da minha geladeira - também oferece baixo custo (paguei só R$144,00)

Muitas vinícolas já possuem o sistema!

Vale lembrar que esse sistema funciona para vinhos simples, leves, ligeiros, para o dia-a-dia,... Não estou falando em vinhos de guarda, hein? Mesmo porque, nada tira o charme de uma bela garrafa sobre a mesa... Mas encher a tacinha, apertando apenas uma torneirinha é sensacional:


Existe muito preconceito em relação a bag-in-box: Preconceito daqueles que não conhecem, ou que nunca experimentaram. Fica a dica, então, de alguém que aprecia vinhos: experimente!

Esse rosé da Provence, Arbaude 2009, foi elaborado com as uvas Grenache (70%), Cinsault (15%) e Carignan (15%). Na taça mostrou aquela coloração salmão linda e refrescante. No nariz, notas de morangos. Na boca, frutas vermelhas bem frescas, com uma notinha picante ao fundo. Vinho leve, fresco, fácil de beber e perfeito para nossas altas temperaturas (embora, São Pedro esteja meio confuso ultimamente).
Esse vinho delicioso já foi harmonizado com várias coisas: saladinhas, pernil assado e bem suculento, arroz acompanhado por frutos do mar e até por sanduíche de peito de peru com queijo branco! Ficou tudo sensacional!!!

Estou louca para fazer harmonizações natalinas com ele! Acho que agora esse cantinho vai ficar sempre reservado para as minhas bags!!! rsrsrsrs...

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Loureiro para refrescar!!

No último post comentei sobre o fato de muitas pessoas considerarem o vinho branco e o vinho rosé como vinhos de menor qualidade. Comentei também que considero esse pensamento um absurdo afinal, não é assim que se avalia a qualidade de um vinho. 

Como eu acredito que o papel do sommelier também é o abrir os olhos do consumidor e oferecer vinhos diferenciados, quebrando paradigmas e preconceitos, venho, nos próximos dias, com uma sequência de posts sobre vinhos brancos e rosés que super combinam com as nossas altas temperaturas, que são de muita boa qualidade, e o melhor: com um preço justo!

Para hoje selecionei um vinho branco português que adquiri em uma promoção na Grand Cru de Campinas: Quinta do Ameal Escolha 2007.


Elaborado 100% com a uva Loureiro, esse vinho fermentou e estagiou por seis meses em barricas novas de carvalho francês. Na taça mostrou uma coloração amarelo citrino bem límpido. No nariz, aromas de flor de laranjeira, frutas amarelas frescas, um toque de pimentão, baunilha e um leve amadeirado.

Na boca mostrou ser um grande vinho: bom corpo, excelente equilíbrio, final de boca longo e notas de pêssegos bem suculentos. Ou seja, uma delícia!

Para a harmonização preparei um arroz selvagem (sim, de novo!!), só que dessa vez acompanhado de palmitos, ervilhas, milhos, cenouras picadinhas e vagens. Ou seja, comidinha leve e fresca que também combina muito com o calorzão dos últimos dias!

                                                                                                    
Viram só... Nem só de Chardonnay e Sauvignon Blanc vive o mundo!!!

sábado, 12 de novembro de 2011

Um Pinot Grigio para refrescar o dia!

Chegou o calor e, com ele, a vontade incrível de beber cada vez mais vinhos brancos e rosés!

Para mim é impensável que, em dias com termômetros alcançando a casa dos trinta graus, alguém recuse degustar um espumante, um vinho branco ou um rosé bem fresquinho. Infelizmente precisamos acabar com o triste discurso de que só vinho tinto que é bom... Parafraseando meu amigo Peter Wolffenbuttel, do blog Além do vinho, se formos pensar que vinho branco não é vinho, "mais da metade do mundo do vinho desaparece. Cote D’Or, na Borgonha, fica pela metade, Riesling alemães de mais de 20 anos de garrafa viram tempero."... Sábio, não? Por isso leitor, jamais aceite discursos infundados... Experiemente, sempre!

E, foi graças a essa ideia de experimentar sempre, que comprei o italiano Santa Margherita, elaborado 100% com a uva Pinot Grigio, no supermercado pão de açúcar, com um precinho super bom...


Mais cara de verão, impossível!! Sabe aquele vinho para beber na beira da piscina, ou na praia, ou sob a deliciosa sombra de uma árvore... Então, é esse... com amarelo palha bem clarinho e reflexos esverdeados, apresentou aromas refrescantes de melão, pera, maracujá e um toquezinho mineral.

Na boca, extremamente leve, fresco, com excelente acidez e perfeito para ser bebido assim, sem nenhum acompanhamento... Só apreciando a paisagem!

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Risotto de pistaches: quando a comida supera o vinho!

Sexta-feira é sempre bom, não é mesmo? Chegar do trabalho, preparar uma comidinha, abrir um vinho... Para mim, o final de semana precisa começar com todo esse ritual... Não abro mão de uma comida pensada, sabe? Aquela que você idealizou em como preparar durante toda a semana...

A receita que fez parte de meus pensamentos nos últimos dias foi um risotto de pistaches, acompanhado por medalhão de filet mignon com queijo brie e damascos...


A foto é incapaz de mostrar o quanto estava saboroso este prato... No risotto coloquei pistache inteiro, ao invés de triturado, como sempre faço... E confesso que ficou muito melhor: a crocância do pistache combinou em cheio com a cremosidade do risotto.

O medalhão de filet mignon foi um espetáculo a parte afinal, com o acompanhamento de queijo brie e damasco, teve seu sabor destacado! Vale a pena experimentar, hein? Não dá trabalho algum e tem um sabor que impressiona...

Ah, como é bom pensar em um prato e obter um bom resultado com a sua elaboração, não é mesmo? Diferente do que aconteceu com aquele risotto de alcachofras que tanto me entristeceu... (não leu, clique aqui).

O vinho eleito para a harmonização foi o Humberto Canale Estate Malbec 2008, da Patagônia...


Eu sempre tive muita curiosidade em experimentar esse vinho e achei que esse seria o prato ideal para a harmonização. Vamos a ele:

Na taça apresentou uma coloração rubi, com reflexos arroxeados bem bonitos. No nariz, o álcool se destacou muito. Além dele, foi possível notar frutas vermelhas bem maduras, quase em compota. Na boca, mais álcool em evidência, notas de frutas vermelhas maduras e especiarias, além da madeira, claro! Taninos firmes e jovens, com médio corpo e média persistência.

Confesso que esperava muito mais do vinho (eu e minhas expectativas!!), mas vale quanto custa... Um vinho sem grandes emoções... Na harmonização também não se saiu muito bem, acho que o vinho se sairia melhor com uma carne mais gordurosa ou com sabor mais intenso...

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Château Reynon na mesa!

A primeira vez que experimentei o Château Reynon, esse francês da região da Bordeaux, eu estava com o paladar bem comprometido, pois já havia bebido alguns vários outros rótulos naquela noite. Ainda assim, ele me chamou muito a atenção, percebi que ali tinha um grande vinho e eu registrei uma nota mental: "Compre outra garrafa!"

E foi o que eu fiz: comprei outra garrafa e o experimentei sozinho. Desde então, tem sempre uma garrafinha dele aqui na minha adega.

O charme dele já começa pelo rótulo. Adoro os rótulos que trazem a imagem real do Château...

Compare as imagens e diga se não é uma graça!



Elaborado com as castas Merlot (80%) e Cabernet Sauvignon (20%), esse vinho encanta na taça, com sua coloração vermelho bem escuro, acompanhado de reflexos negros. No nariz, aromas complexos:  muita fruta vermelha, como morango, amora e framboesa. Além disso, apresenta notas de tabaco, figo seco, chocolate e um toque de menta.

Na boca, a presença de frutas vermelhas é reiterada... bom corpo, excelente acidez, boa persistencia. Para acompanhar carnes deve ser perfeito.

Eu harmonizei com um risotto de queijos. Fiz uma misturinha com queijos que eu tinha aqui em casa (parmesão, provolone, grana padano) e pronto! Ficou uma delicia!

Fica a dica! Quem traz esse vinho para o Brasil é a Casa Flora.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

The View para comemorar!

Na semana passada este blog comemorou seu primeiro ano de vida. Então, utilizamos esse fato como desculpa para conhecermos um restaurante que há tempos desejávamos conhecer, o The View

Localizado no topo do Flat Transamérica, na Alameda Santos, a 30 andares de altura; esse restaurante tem uma das mais belas vistas da linda, maravilhosa e caótica cidade de São Paulo, graças a uma janela de vidro que percorre todo o salão, nos permitindo uma visão incrível...

A decoração é aconchegante, o bar oferece música ao vivo e o cardápio tem pratos e petiscos interessantes, além de várias opções de drinks e bebidas. Ou seja, delícia de lugar, ambiente agradável, música bacana, e a cidade de São Paulo vista do alto!

Para harmonizar com esse clima todo, pedimos uma taça de espumante Mumm (a única da carta que era vendida em taça). Apreciamos a paisagem e a espumante... Notas de frutas fresquinhas, bom perlage e boa acidez.

Fomos para mesa e nos foi entregue o cardápio. Logo escolhemos as comidinhas:  Para a entrada, escolhemos aspargos frescos, com molho de limão siciliano! Vale lembrar que nem tentamos harmonizar vinho nenhum aqui, ok?


Para o prato principal, eu escolhi o risotto de camarões com alho poró...


E meu marido foi de carne de carneiro ao molho de alecrim, com risotto de parmesão...


Todos os pratos, sem exceção, estavam perfeitos: aspargos firmes, molho de limão siciliano levíssimo e super aromático, risotto ao ponto... Tudo muito saboroso!

Vocês devem estar pensando: "E o vinho?" Ah, o vinho... 

Pedimos a carta de vinhos. A carta era simples, sem grandes afetações, mas com um grande inconveniente ao meu olhar: Preços caríssimos, que não correspondem ao preço real da garrafa nas importadoras.

Sei que há o serviço, os garçons, o sommelier, as taças, etc., mas eles cobrarem mais de 100% do valor da garrafa é exploração demais. Para se ter uma idéia, os vinhos que pedimos custa, em média, na Mistral, R$75,00 cada garrafa. No restaurante nos foi cobrado R$ 165,00 por cada uma... Conseguem entender a minha indignação!

Eu saí para me divertir então, infelizmente, não quis me estressar com os preços do vinho e acabei consumindo...

Escolhemos o francês Côtes du Rhône Parallèle 45, do produtor Paul Jaboulet Aîné.


Elaborado com as castas Grenache (60%) e Syrah (40%), esse vinho apresentou uma coloração vermelho rubi bem claro. Notas de frutas vermelhas fresquinhas eram facilmente identificadas. Na boca, muita leveza e equilíbrio, com acidez perfeita e notas de cerejas persistentes. Delícia!

Na harmonização com a carne de cordeiro, este vinho ficou perfeito, mas com o risotto de camarão ele não se saiu tão bem.

Em seguida partimos para o espanhol (que eu sou fã!) Conde de Valdemar Crianza 2006.  


Esse tinto, da região de Rioja, me fez suspirar, como todos dessa vinícola. Elaborado com as uvas Tempranillo (85%) e  Mazuelo (15%), apresentou uma coloração vermelho rubi brilhante e intensa. No nariz mostrou muita complexidade: frutas vermelhas maduras, frutas negras, especiarias, carne de caça, um toque defumado, e uma menta incrível!

Na boca mostrou-se equilibradíssimo - madeira bem integrada, sem álcool em evidência! Excelente! Lembrando que esse vinho só harmonizou bem com o cordeiro... Mas não faz mal, eu comi todo o risotto de camarão e só depois eu apreciei essa garrafa! E apreciei muito... Um excelente vinho com um preço incrível (se comprado na importadora - fica a dica!)

Quanto a sobremesa, decidimos deixar para a próxima, pois estávamos satisfeitos... Terminamos a garrafa observando a vista e viemos embora!


O balanço da noite: Restaurante delicioso, mas com uma carta de vinhos com valores que precisam ser revistos! No mais, a comemoração do 1º aniversário do "Taças e Rolhas" foi excepcional!