segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Saint Vin Saint - texto completo!

Por vezes as oportunidades aparecem em nossas vidas e, infelizmente, sem alguma explicação, as deixamos passar... Falo isso pois, por diversas vezes, meu marido me convidou para conhecer a Enoteca Saint Vin Saint, da chef Lis Cereja e do sommelier Ramatis Russo, mas eu sempre tinha um motivo para não efetuar a reserva - ora eu estava cansada, ora estava frio demais, ora, ora, ora... Mal sabia que estava perdendo um super momento na vida!

Os dias se passaram, meu marido começou a trabalhar em outra cidade e o Saint Vin Saint caiu no nosso esquecimento até a semana passada, quando eu estava passeando pelo Facebook e encontrei esta foto postada pela própria Lis Cereja:

Atum ao molho de anis estrelado, figos frescos e risotto de pupunha e tomilho...

Confesso que surtei na hora! Desejei loucamente saborear este prato! Então, abri o site da enoteca e efetuei minha reserva para o sábado! Pronto, agora era só esperar! E esperei, ansiosamente...

Até que o sábado, enfim, chegou...
Entrar na enoteca Saint Vin Saint é esquecer que você mora em São Paulo... Ao pisar ali você é subitamente transportado para a França dos nossos mais profundos sonhos... Com um ambiente lindo, típico de bistrô francês, o espaço apresenta uma beleza incrível, bem pitoresco, romântico, com livros e belas imagens espalhadas pelas paredes... Perfeito para um encontro a dois!

Depois de suspirar, assumimos nossas cadeiras e começamos a sonhar...

Nesse sonho, nossa primeira ação foi pedir um vinho que fosse realmente diferente, ao famoso sommelier Ramatis Russo (ex- Emiliano) e marido da linda chef Lis Cereja. Como nos sonhos, fomos prontamente atendidos: Ele nos trouxe o chileno Huasa de Pilen Alto 2010.

Como nos sonhos, esse vinho era uma contradição em si... Totalmente diferente de tudo... Elaborado 100% com a uva País, esse vinho surpreendeu muito. Tinha coloração de suco de uva, ou seja, ele não era brilhante, pelo contrário, tinha um certo aspecto turvo. No nariz aromas de couro, pau de galinheiro (ou estábulo, como alguns preferem) e terra. Na boca apresentou uma acidez crocante... Na ponta da língua era possível sentir um crisp incrível. Um vinho de muita personalidade e que aguentou firme os diferentes ingredientes de nossos pratos!

Segundo a explicação do próprio Ramatis, esse vinho é produzido na região do vale do Maule, onde a  propriedade possui vinhas originais com mais de 100 anos de idade e são cultivadas seguindo os conceitos da biodinâmica. Os vinhos são elegantes graças à maceração carbônica, uma técnica de vinificação muito conhecida por Marcel Lapierre, que é quem supervisiona todo o projeto da Clos Ouvert, produtora do vinho!

Saboreamos lentamente tudo o que o vinho tinha a nos oferecer...

E como nos melhores sonhos, somos sempre surpreendidos, veja a belezinha que surgiu diante de nós: o cardápio da Enoteca:

Essa lousa, que circula entre os comensais, é constantemente atualizada, já que o bistrô trabalha com ingredientes sazonais. Muito legal, né?

Como eu sou a personificação da indecisão, eu já tinha uma idéia prévia do que pretendia comer, caso contrário eu demoraria muito para escolher, pois tinha vontade de conhecer o cardápio todinho...  A minha entrada foi Shiitakes grelhados, trufados, com Grana Padano e Piñoles... Hummm....


Quanto sabor! O contraste entre o salgado do queijo com o terroso do Shiitake e o adocicado desse molhinho (suponho que seja feito com aceto) é muito bom... Sem contar a maciez do cogumelo com a crocância dos pinõles... Nota dez!

Meu marido optou pela salada de Jamón, nozes e figos!


É claro que eu experimentei, né! E posso garantir que estava muito bom... temperos bem equilibrados, figos extremamente macios...

Como prato principal, escolhi aquele que foi responsável pela minha reserva na enoteca: Atum ao molho de anis estrelado, figos frescos e risotto de pupunha e tomilho...


Leitores, não tenho palavras para explicar... O melhor é vocês irem até lá e constatarem: Atum no ponto, molho de anis espetacular (nunca tinha provado). O risotto estava al dente, como eu gosto... ai, ai, ai...

Meu marido optou pelo clássico risotto de Boeuf Bourguignon:

Só de olhar já dá vontade de devorar!


No momento mais doce dos sonhos - a hora da sobremesa - precisei acordar e constatar que era impossível comer mais alguma coisa! Estávamos tão satisfeitos que fui obrigada a deixar o Brullée de espumante brut para uma outra oportunidade... Eu desejei tanto saborea-lo, mas não foi possível... Vou ter de voltar... Que problema, né?

Ao final, a querida Lis Cereja nos ofereceu uma grappa com infusão de ervas! Que delícia... É uma grappa com gostinho bem leve de Campari!!

Levantei da minha cadeira com uma única certeza: Quero voltar a este sonho em breve... Muito em breve!

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