sexta-feira, 30 de agosto de 2013

A harmonização do Winebar com os vinhos da Wines of Chile

Quem assistiu ao debate do Winebar percebeu que, por diversas vezes, comentamos sobre as harmonizações que estávamos realizando. E, como falei no post anterior, aqui em casa pensamos bastante nisso.

Iniciamos os trabalhos com o espumante Santa Digna Estrelado Rosé Brut, do produtor Miguel Torres.


Elaborado 100% com a uva País, esse espumante rosado - elaborado pelo método champenoise - apresentou aromas intensos de frutas vermelhas, além de um toque de brioche. Muito frescor, equilíbrio, leveza e uma acidez especial tornaram esse espumante perfeito para a harmonização com alguns sushis e sashimis de salmão. Em torno de R$75,00 na Wine.

Tudo rosa por aqui!

Na sequência fomos com o Terrunyo Sauvignon Blanc 2011, da gigante Concha y Toro. Confesso: Foi o melhor vinho da noite e um dos grandes brancos que provei neste ano.


Aromas frescos e complexos: notas florais, cítricas, minerais e frutadas. Na boca apresentou muita acidez, elegância, gostinho de frutas brancas e uma boa persistência. Na harmonização se saiu muito bem com os sashimis, mas a perfeição foi a Insalata di Mare (a minha viagem para a Itália está exercendo forte influência sobre mim! rsrsrsr)


O melhor de tudo é que não dá nenhum trabalho para preparar e fica uma delícia!

Os sabores da comida e do vinho se integraram fortemente. Eis aqui uma harmonização para você repetir diversas vezes, pois é garantia de sucesso! O vinho não é dos mais baratos - custa em torno de R$120,00 - mas vale a pena o investimento.

Na mesa ainda tinha uma saladinha de Prosciutto & Melone (estou falando que essa viagem tá rendendo!)


Mas a harmonização não foi tão boa assim afinal, o presunto cru sempre complica um pouquinho a nossa vida, justamente por conta da gordura e por ser muito salgado.

Ainda faltavam três rótulos para serem degustados, todos tintos! Fizemos uma pausa, trocamos os pratos, as taças e retomamos as análises, que conto pra vocês no próximo post!

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Wines of Chile no Winebar: simplificando a vida de quem bebe vinhos

Há pouco mais de duas semana, fui convidada a participar de mais um Winebar apenas com vinhos chilenos.


Fiquei entusiasmada afinal, seria uma grande oportunidade para aprender sobre as novas subdenominações de origem dos vinhos chilenos. Sim, a Wines of Chile - instituição que representa as vinícolas chilenas - a fim de simplificar a compreensão de suas regiões produtoras, redesenhou suas classificações, que ficaram assim estabelecidas:

COSTA (em azul no mapa) - Recebe influência direta do Oceano Pacífico. Apresenta temperaturas mais baixas, favorecendo um amadurecimento mais lento das uvas, que implicam em vinhos mais frescos.

ENTRE CORDILHEIRAS (em verde no mapa) - Região que recebe influência menos intensa da cordilheira e do mar - já que está afastada de ambos. Produz vinhos mais elegantes e estruturados.

ANDES (em laranja no mapa) - Região definida pela altitude, que permite um maior controle em relação às temperaturas afinal, quanto mais alto, mais frio.


Ou seja, o Winebar foi prá lá de especial: com uma hora de duração, pudemos degustar, comentar sobre as novas resoluções e, claro, abordar as características dos cinco vinhos que estávamos experimentando. 

Como recebi as garrafas com certa antecedência, eu e minha mãe pensamos em um cardápio harmonizado com os vinhos. Juntei a família e sentamos à mesa, na companhia do notebook, para registrar todas as nossas impressões.

O cardápio e cada um dos vinhos harmonizados você lê no próximo post!

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Semana sem vinho!

Antibiótico, anti-inflamatório e inalação: assim foram os meus últimos dias. Com esse quadro, perdi um monte de eventos que eu estava ansiosa por participar. Dois, em particular: o Degustações da Vila e o Wines of Chile.

Foto: John Lombardo

O Degustações da Vila - 2ª edição - é um projeto incrível para todos nós que enxergamos no vinho a união entre as pessoas, a confraternização somada a um elemento pra lá de especial: ajudar o próximo. O evento em questão tem parte da arrecadação revertida para a APAE de São Paulo. Incrível, não acha? 

Uma pena que eu não possa ter estado lá. Mas vou te contar uma coisa: a Jane Prado, do blog Château de Jane, compareceu ao evento e adorou! Vale o clique aqui.

Fiquei triste também por não poder comparecer ao Wines of Chile, que trouxe um monte de novidades, principalmente em relação a nova nomenclatura das subdivisões, que visa facilitar o acesso à informação e estabelecer um conjunto de características mais específicas, que facilitam a vida das pessoas no momento de comprar sua garrafa. 

O post está quase pronto. Quarta-feira explicarei tudinho!

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Se todos as estradas levam à Roma, todos os sonhos levam à San Gimignano!

Que difícil escrever esses posts sobre minha viagem à Itália. Transformar em palavras algumas sensações vividas é realmente muito difícil! Escrevo, apago, escrevo novamente, apago. Sei que nem de longe esses textos podem representar alguns lugares. San Gimignano é um desses...


Localizada na província de Siena, San Gimignano foi sede de um povoado etrusco no período helenístico (século III a.C) e desenvolveu-se rapidamente durante a época medieval. Em 1199, deixou de ser um feudo declarando-se independente.

A cidade é de emocionar. Com seus "becos" totalmente medievais, caminhar por essas ruas nos leva a pensar que estamos em um cenário de filme, ou coisa parecida.


Só voltamos à realidade quando nos deparamos com roupas penduradas nos varais das janelas, mostrando o cotidiano de quem vive ali... Aí lembramos que aquilo é um lugar real.

Fachada da Collegiata, igreja românica projetada no século XII, localizada na Piazza del Duomo, onde também permanece a torre mais antiga da cidade

Depois de caminhar era hora de escolher um restaurante para almoçarmos. Como já disse nos posts anteriores, se o restaurante tinha uma vista incrível, era lá que entrávamos.


O escolhido foi o La Cisterna, que fica na Piazza della Cisterna, a praça central da cidade, que já foi utilizada como mercado e palco de festivais e torneios. A praça recebeu esse nome por conta da cisterna central, construída em 1287.

O vinho escolhido para a refeição? É claro que foi um Vernaccia di San Gimignano - vinho típico da região - e um rosatto


Elaborado com a casta Vernaccia, esse vinho branco está documentado desde 1200. O que provamos não era um Riserva, então, ele só fermentou em barricas de inox e foi posto à comercialização.

Vinho jovem, leve e fresco, com notas florais no nariz e frutado na boca, principalmente de frutas brancas e amarelas, além de uma acidez deliciosa.

O rosatto tinha gosto de tutti-frutti, para ser bebido descontraidamente, acompanhado de bela paisagem!

Aliás, a paisagem ao redor de San Gimignano também é de tirar o fôlego. Dali se pode ver longas colinas verdes, repletas de ciprestes, pés de oliveiras e parreiras. Aqueles cenários típicos dos melhores cartões-postais da Toscana.


Alguém tem dúvida de que San Gimignano merece uma visita?


Saúde!

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Feijoada e vinho no domingo!

Minha mãe acabou de telefonar, me chamando para almoçar feijoada no domingo. Segundo a previsão do tempo, a temperatura vai despencar... Acho que feijoada e vinho vai ser a grande harmonização no final de semana! Tem coisa melhor que família reunida, comida boa e degustação de um bom vinho?

Mas muitos podem estar se perguntando: Com qual vinho a feijoada combina?



Por isso, reproduzo aqui um texto que fiz para o blog Papo de vinho, do jornalista e amigo Beto Duarte:

"A queda nas temperaturas faz com que aumente a quantidade de calorias em nossos pratos, não é mesmo? Por isso, o assunto de hoje é a feijoada e a possibilidade de harmonizações com vinhos.

Sempre que se fala em feijoada lembro de uma frase do grande escritor Stanislaw Ponte Preta: “Feijoada só é completa com maca e ambulância na porta.” Ou seja, esse prato, típico da cultura brasileira, que tem sua origem na senzala, é altamente calórico e pesado.

Imaginem harmonizar um prato que tem uma grande diversidade de carnes (quase ortopédico, não? É pé, costela, joelho,...) e temperos em sua composição... Onde eu fui me enfiar, não é mesmo? Baita assunto polêmico esse de feijoada e vinho. Mas vamos lá afinal, nunca deixaremos de beber vinho só porque a harmonização é difícil.

As carnes utilizadas na feijoada aceitam tintos. Mas a gordura final do prato pede um vinho com elevada acidez. O que fazer? Vá de vinhos tintos leves, frescos, mas sem taninos marcados. Ou com espumante. Minha experiência mais bem sucedida nessa harmonização foi com um cava: A acidez nervosa do espumante limpava as papilas gustativas a cada nova garfada! Além disso, as notas de limão e laranja do espumante ajudavam a incrementar a feijoada... Recomendo!

Mas, se a sua feijoada for a branca, o clássico francês Cassoulet, faça como os franceses e prove com um delicioso Malbec de Cahors."

E se você não tiver nenhum desses vinhos na sua adega, abra aquele que seu coração mandar e brinde à vida!

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Mais um Clos Ouvert...

Comprei o chileno Clos Ouvert Carmenère 2009 na expectativa de me apaixonar por ele, como me apaixonei pelo seu irmão Huasa de Pilen Alto 2010, já comentado nesse post aqui.


A alguns sábados atrás decidi abri-lo e fiquei com muito medo quando vi que a rolha tinha um defeito...


Por um capricho do deus Baco o defeito não prejudicou o vinho já que, por questão de alguns milímetros, o oxigênio não invadiu a garrafa. Ainda bem, pois seria um imenso desperdício. 

Vinho elaborado 100% com a casta Carmenère, a partir de vinhedos com idade média de 15 anos, na região do Maule, Chile. Esse projeto, como já comentado no post citado no início da matéria, é tocado por dois jovens enólogos franceses no Vale do Maule. Todos os vinhos são cultivados sob a ótica da biodinâmica e os produtores levam muito a sério este conceito. Tanto é que no rótulo do vinho há uma frase que diz “Vino Puro” (olha lá!). 

O vinho é super diferente: Com coloração vermelho rubi intenso e reflexos violáceos, apresentou aromas de ervas, especiarias e frutas frescas. Na boca apresentou uma acidez bem crocante, de quase agulhas na ponta da língua. Notas defumadas e salgadas me surpreenderam! Deliciosa persistência!

Vinho singular! Queria uma garrafa dele, agora!

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Sul-africanos de qualidade e com preço pra lá de bom!

O Taças e Rolhas mais uma vez foi convidado a participar do Winebar - aquela deliciosa degustação on-line que você, leitor, já teve a oportunidade de ler por aqui.

Dessa vez, com o apoio da importadora Ravin, degustamos dois vinhos sul africanos da empresa House of Mandela.

A House of Mandela é uma marca criada pela família de Nelson Mandela, que tem licenciado vários produtos nos últimos anos. A empresa realiza um interessante e bonito trabalho: parte dos lucros obtidos com a venda dos vinhos são utilizados na fundação que leva o nome de Mandela, dedicado ao auxílio das famílias em dificuldades na África. 

Apesar da digna atitude, a família vem recebendo várias críticas, já que muitos acreditam que se está explorando o nome de um homem famoso, símbolo de decência e caráter. Brigas à parte, posso afirmar que os vinhos são muito bons. Vamos a eles:

O primeiro foi o Sauvignon Blanc Thembu Collection 2012, saborosíssimo.


Com coloração amarelo palha e reflexos esverdeados, esse vinho apresentou aromas cítricos e de frutas brancas, principalmente maçã-verde (meu sabor preferido) e pera. Na boca mostrou bastante frescor, acidez crocante e um toque de erva-doce bem legal. 

Em breve, quero fazer um camarão ao molho de laranja e harmonizar com esse rótulo. Hummmmmm... Será que harmoniza? Post em breve!

O segundo vinho foi um Pinotage - uva típica da África do Sul, nascida do cruzamento da Pinot Noir e da Cinsault, também conhecida como Hermitage. O nome Pinotage vem justamente dessa união: Pinot+ hermitage.


O Pinotage Thembu Collection 2012 apresentou coloração vermelho intenso e reflexos ligeiramente violáceos. Extremamente aromático - sabe aquele vinho que só de abrir você já cria boas expectativas pelos aromas que escapam da garrafa - notas de caramelo, café, flores secas e ameixa preta. Na boca apresentou taninos bem marcados, mas de qualidade, médio corpo e boa acidez.

Repararam nos rótulos? Olha lá de novo que eu espero (rsrsrs). Eles fazem referência às estampas das clássicas camisas utilizadas pelo querido Madiba - tem até a gola em 'V'.

E o precinho? R$49 tanto o branco quanto o tinto, lá no site da Ravin. Vale cada centavo, pode apostar!