terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Angélica Zapata 2006 merece ficar na adega

Há alguns dias a temperatura aqui em São Paulo nos trouxe à memória as boas tardes de outono - nublado, garoa e um vento bem geladinho - que, para mim, funciona como uma doce alegria.

Com as temperaturas em baixa, deu para abrir um vinho tinto mais encorpado. O escolhido foi o Angelica Zapata Malbec 2006.


Nunca havia visto um vinho tão escuro. Lembrei-me de José de Alencar, em Iracema... "Negro como a asa da graúna". Para um vinho 2006, ele sequer esboçou uma coloração atijolada. Sua cor era de casca de jabuticaba. 

No nariz apresentou notas de frutas em compota, pimenta, baunilha, um toque herbáceo e um pouquinho de álcool sobrando, mas na boca estava bem equilibrado, com taninos elegantes, mas bem marcados. Acidez muito boa, já que eu sempre acho que falta acidez em malbec

Ainda dá para guardar alguns anos. Aliás, ele estará melhor se você deixar sua garrafa dormindo mais um pouco no escurinho da adega. Pena eu não ter outra garrafa para fazer um teste daqui uns dois anos ou três anos.

Harmonizei com um risotto de filet mignon com palmito. Combinou super bem!

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Testando o Winesave!

O vinho está uma delícia, mas não vai ser possível beber toda a garrafa. O que fazer? 

Até algum tempo atrás a única opção era arrolhar a garrafa, coloca-la na geladeira e pedir para os deuses protegerem o precioso liquido da oxidação. Mas no último final de semana testei uma outra técnica para armazenar vinhos abertos. Utilizei o famoso Winesave.


Esse produto, elaborado a partir do gás Argônio, impede que o oxigênio entre em contato com o vinho, que aceleraria o processo de oxidação, mantendo as características originais do vinho.

Fiz o teste com um Angélica Zapata Malbec 2006. Deixei o vinho, com o Winesave, na geladeira por três dias e, quando fui experimentar, lá estava o vinho igualzinho como o deixei...

Aprovadíssimo!

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Encontro de vinhos no Rio de Janeiro


O primeiro Encontro de Vinhos de 2013 será no Rio de Janeiro, e já acontece agora, no dia 28 de fevereiro. 

Depois do grande sucesso em 2012, a dupla Beto Duarte e Daniel Perches traz de volta o evento no mesmo local, o Real Astória, um espaço que tem uma belíssima vista para a Baía de Guanabara!

Foto: Divulgação
Os convites serão vendidos na hora, mas se você quiser comprar com antecedência, veja aqui como adquiri-los. E lembre-se: se você é associado da SBAV ou da ABS, tem 50% de desconto.

Encontro de Vinhos Rio de Janeiro 2013

Data: 28 de fevereiro (quinta-feira)
Local: Real Astoria – Av. Repórter Nestor Moreira, 11 – Botafogo
Horário: das 14h as 22h
Convite: R$ 60,00

Nos vemos lá!

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

É hoje à noite: Folia e vinho!


É hoje à noite! Com a brilhante (e necessária) ideia de democratizar e popularizar o vinho no Brasil, o IBRAVIN (Instituto Brasileiro do Vinho), junto da maior vencedora do carnaval paulista, a Vai-Vai, trarão os vinhos brasileiros como assunto do desfile de 2013.

Com 14 títulos, a Vai-Vai desfilará com seus quase 4 mil integrantes, a história do vinho no Brasil. Segundo Cahê Rodrigues, carnavalesco que fará a sua estreia no Carnaval de São Paulo, a Vai-Vai iniciará o desfile com a história do vinho, enfatizando o seu aspecto religioso e sagrado. Depois, entrará na produção brasileira de vinhos, tratando das diversas regiões vitivinícolas, ressaltando a evolução da qualidade dos rótulos verde-amarelos. Por fim, a sustentabilidade fechará com chave de ouro o desfile, cujo tema é “Sangue da terra: videira da vida: um brinde de amor em plena avenida – Vinhos do Brasil”. “Será um desfile em alta astral, alegre, como é o vinho brasileiro”, afirma. “Estou muito empolgado. O enredo é muito bom, o tema é perfeito, o que torna o projeto audacioso. Com a força da comunidade e a qualidade dos Vinhos do Brasil vamos buscar o título”, ressalta.
A Vai-Vai é a quarta escola a desfilar - por volta das 3 horas da manhã! Se você não puder estar lá pessoalmente, não deixe de assistir pela televisão, e claro, bebendo um vinho brasileiro!
Fotos: Jane Prado





terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Vinho canônico. Você conhece?

Você sabe o que é vinho canônico? Eu não sabia até visitar a Vinícola Salton, durante a minha estada no Vale dos Vinhedos, no último mês.

O sommelier da vinícolaVinícius - que nos acompanhou durante toda a visitação - explicou que vinho canônico é o vinho utilizado pelos padres nas missas católicas, durante o sacramento da eucaristia. Explicou também que a Igreja Católica tem regras bastante rígidas para a execução/ elaboração desse vinho. 

E eu que achava que o vinho utilizado na missa era qualquer um que estivesse em promoção no supermercado.



Elaborado 50% com a casta Isabel (uva de mesa) e 50% com a casta Cabernet Sauvignon, esse vinho deve ser, obrigatoriamente, branco ou rosé. A proibição do vinho tinto é uma questão bem religiosa: se o vinho pingar na toalha ou na vestimenta do padre essas peças não poderão ser lavadas, pois não se lava o "sangue de Cristo". Diante deste impasse, eles optam por vinhos claros que não deixam as manchas tão evidentes.

Confesso que adorei a história do vinho e suas regras, mas o vinho...

Nos aromas já era previsível a decepção: tem cheiro de suco de uva com álcool. Na boca esse aroma se repete - Imaginem um suco de uva misturado com um pouquinho de vinho do Porto. Esse é o sabor. Esqueci de dizer que ele é elaborado como um vinho fortificado  Ou seja, em um determinado momento a fermentação do vinho é interrompida para a adição de aguardente vínica. O teor alcoólico do vinho é de 16%. 

Valeu pelo aprendizado e pela experiência. Mas não pelo gosto do vinho.