segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Riesling bem feito e baratinho!

O calor segue matando... Confesso que não aguento mais e já estou em contagem regressiva para o outono! Enquanto ele me faz esperar, sigo com os vinhos leves e frescos na tentativa de me consolar.

Esses dias recebi um e-mail com vinhos em promoção na Expand. Aproveitei a oportunidade e fui dar um xeretada nos rótulos. Chegando lá vi uma linha da Concha y Toro, a "Winemakers Lot", que nunca sequer tinha provado... Comprei uma garrafa de Riesling e uma de Viognier por 38,00 reais a garrafa. (precinho super bom!)

Como a safra de ambas já são avançadas (2007), coloquei as duas garrafas na geladeira para degustar o quanto antes. Optei por abrir a garrafa de Riesling primeiro... 

Adoro esse rótulo!
A que conclusão cheguei? Que pelo preço que ele custou, valeu a aventura. Vinho gostoso, bem feito, sem grandes pretensões... Sabe aquele vinho para você apreciar, na beira da piscina, com um grupo de amigos que não são iniciados no mundo do vinho... É esse!

Com amarelo palha e reflexos dourados, apresentou um típico aroma de querosene e pedra de isqueiro. Aromas de ervas como hortelã e umas frutinhas amarelas frescas como maracujá e abacaxi se destacavam. Na boca, nota de lima e uma acidez muito bacana... Foi harmonizado com uma saladinha de folhas, tomates, um queijo defumado holandês e nada mais.


Vale lembrar que esse precinho especial da Expand é porque eles não trarão mais vinhos da chilena Concha y Toro, pois esses passarão a fazer própria importação.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Hadoque e Grüner Veltliner dá samba!


Hadoque defumado, raspinhas de limão siciliano e alcaparras... Voilà!! Uma entrada leve e saborosíssima.

Estava com muito medo da harmonização, pois apesar do hadoque ser um prato fácil de combinar com vinho, o fato dele ser defumado torna a tarefa mais complicada e isso me deixou preocupada... Mas, o melhor a se fazer nesses momentos é relaxar e arriscar!

A garrafa eleita para sair da adega foi o vinho austríaco (sim, o primeiro vinho austríaco do blog!!) Berg Vogelsang, do produtor Weingut Bründlmayer, da região de Kamptal (Baixa Áustria). Como eu queria pronunciar esses nomes direitinho!!!


Elaborado com a uva típica austríaca, a Grüner Veltliner, esse vinho mostrou um amarelo palha com reflexos esverdeados bem bonitos. Na taça, aromas minerais e cítricos se destacavam. Notas como louro, casca de limão e pedra de isqueiro eram facilmente identificadas. Na boca mostrou bastante mineralidade, com um traço seco bem marcante, um toque de noz moscada e uma acidez incrível...

A harmonização não foi 100%, pois a alcaparra atrapalhou um pouquinho, assim como o toque defumado do peixe, mas o vinho é sensacional e vale o investimento. Ideal para os dias quentes!

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Um rosé e um temaki!


O que é possível fazer para miniminizar a perda da vontade de viver que se sente nesse calorão? Comer um temaki é uma opção: bem fresquinho, geladinho, com cebolinha refrescante,...

Para a harmonização optei por um vinho com a mesma coloração do salmão: Um belo rosé. Harmonizar comida japonesa com rosé é uma experiência que todo mundo deveria fazer, pois o resultado costuma ser surpreendente.

Nessa semana harmonizei temaki com um rosé que adquiri na Cave Jado e que estou apaixonada por ele: Le Champ des Grillons 2009, do produtor Domaine La Croix Belle


Elaborado com as uvas Grenache, Cinsault e Syrah, esse vinho da região do Languedoc apresentou uma coloração rosa-alaranjado e repleto de aromas florais, acompanhado de toques de morango e tangerina. Na boca mostrou-se leve, fresco, com sabor frutado, principalmente de pêssego suculento, daqueles que escorrem pela boca! Sensacional!!

Nota dez para a harmonização, pois a acidez do vinho deu conta da gordura do salmão nas nossas papilas gustativas, deixando-as prontas para mais um pouquinho de sabor refrescante!

 - Cave Jado, estou precisando de mais dessas garrafas em minha adega. Acho que vou buscar no sábado!

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Salada, Peixe e Sauvignon Blanc!

O calor segue nos derretendo. Não dá nem para sentir fome direito, não é mesmo! Por isso, minha dica é o preparo de comidinhas frescas e leves, acompanhadas de um bom vinho branco para nos mantermos saudáveis nesse calor de meu deus.

No final de semana preparei uma salada de alface com um pouquinho de repolho roxo, manga e mamão...


Para o prato principal, fomos de peixe empanado bem de leve, acompanhado de brócolis, couve-flor e purê de banana da terra... 



Ficou uma delícia, pois o mix de sabores tem a cara do verão. Com o vinho não poderia ser diferente... Escolhemos um vinho branco que eu adquiri na Zahil e apreciei muito. É o Château Fondarzac 2009, da região de Entre-Deux-Mers, em Bordeaux.


Esse vinho, produzido com Sauvignon Blanc (80%) e Sémillon (20%) me surpreendeu, pois ao abrir a garrafa já foi possível perceber seus aromas frescos... 

Na taça apresentou um amarelo intenso com reflexos dourados. No nariz mostrou-se perfumadíssimo, com notas frescas de maracujá, flores brancas, hortelã, lima e lichia. Na boca apresentou muita untuosidade, mas ao mesmo tempo mostrou frescor, acidez e uma leve picância. O retrogosto de melão me fez suspirar.

Na harmonização ele se saiu perfeito... Vinho fresco para comidinhas tropicais!

Fica a dica do cardápio e do vinho para os quentes dias de folia que estão se aproximando!

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Harmonizando em alto-mar

Depois de passarmos a tarde toda no "El Palenque", comendo e bebendo, voltamos ao nosso navio. Eu mal podia pensar em comida, mas às 20h já estava eu lá, no restaurante...

A comida no navio é muito boa e variada, isso não se pode negar. De manhã tem um belo buffet de café da manhã em dois restaurantes. Frutas, bolos, pães, cereal, panqueca, bacon, ovo, linguiça e tudo que é digno de um café da manhã multicultural. O almoço também é no esquema "self-service" e tem uma variedade bem legal com carne, frango, peixe, massas, saladas e uns acompanhamentos bem gostosos, além das sobremesas.

Entre o café da manhã e o almoço, e entre o almoço e o jantar, tem um lanche muito bem servido de pizzas, sanduíches e outros quitutes práticos e saborosos. Eu não fotografei nenhuma dessas refeições. Registrei somente as delícias do jantar.

O jantar é a única refeição à la carte do navio, servido num restaurante elegantíssimo. Todos os dias você senta na mesma mesa e é atendido pelos mesmos garçons, ao longo da viagem. O mais bacana disso é que criamos uma amizade com essas pessoas que, ao final de sete dias, fica até difícil dizer adeus a elas!

Todos os dias o couvert é servido com uns 3 tipos de pães diferentes. O menu apresenta cerca de 5 opções de entrada, 5 de prato principal e mais umas 7 de sobremesa. Todos os dias tem uma opção vegetariana sinalizada no cardápio e uma sobremesa sem açúcar. Ou seja, dá para manter a linha durante todas as refeições...

Segue algumas fotinhos das comidas saborosas dos nossos jantares:

Ah, ceviche, que saudades de você!

Salmão com aceto balsâmico
Vitelo com purê de ervilhas. Sensacional!!

Tiramisú delicioso!

Oi, Cheesecake!!
As bebidas também estavam incluídas. O cardápio de drinks era bastante extenso, com bebidas para todos os gostos. Em relação aos vinhos incluídos, tínhamos uma cava brut e uma demi-sec, um vinho branco, um vinho tinto e um vinho do porto.

Existe uma carta de vinhos (com preços a serem cobrados à parte), com bastante variedade e preços bem honestos. Para se ter um ideia, um champagne Moët & Chandon custava 65 dólares. Se formos pensar nos preços que são praticados nos empórios e restaurantes brasileiros, isso é uma verdadeira pechincha.

Eu não tenho foto de nada que bebi... Estava tão relax que eu sempre adiava o lado blogueira: "Depois eu fotografo!!" ou então, "Amanhã eu tiro a foto!". E esse amanhã chegou tão rápido que não fotografei nenhum rótulo.

A cava era a Jaume Serra Brut. Com perlage fina, me surpreendeu nos aromas: maçã, pêssego e um toque de lima, além de frutas secas e baunilha. Na boca, mostrou-se fresco com um toque adocicado no final e uma acidez incrível, que combinava demais com todo o mar azul que nos cercava...


O vinho branco e o tinto também eram espanhóis. Ambos eram Don Luciano. O branco, Chardonnay, mostrava frescor e vivacidade. Notas de frutas cítricas e hortelã eram facilmente identificadas. Tanto que esse vinho me acompanhou na maior parte da viagem... Simples e bem feito! O tinto era um Cabernet Sauvignon, com muito aroma de fruta vermelha e pimentão. Na boca estava bem equilibrado! Outro rótulo simples e bem feitinho...

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Sobremesa em Montevideo

Eu não sou muito ligada em doces. Troco qualquer sobremesa por um belo prato salgado... Mas depois desse almoço e dessa garrafa de vinho no "El Palenque", eu precisava de um pouquinho de glicose para me reestabelecer...

Pedi o cardápio e nem sabia o que escolher afinal, tudo parecia tão gostoso...

Meu marido escolheu o Alfajor Helado - Massa de alfajor quebrada, recheada com frutas vermelhas, queijo mascarpone e chantilly.


E eu escolhi o Manolito (nome simpático para uma sobremesa!) - Creme de avelã, doce de leite, mousse de chocolate, envolto em chocolate meio amargo.


Preciso dizer que os pratos não eram apenas bonitos, mas também extremamamente saborosos... Fazia tempo que eu não comia uma sobremesa tão gostosa assim, bem untuosa, com sabores marcantes, mas sem ser enjoativa!

Não harmonizei com vinho nenhum, ou o navio partiria sem mim... Mas fiquei imaginando possíveis harmonizações... Um Porto para a primeira sobremesa e um Banyuls para a segunda... Será que com um Pedro Ximenez daria certo? Oh, dúvida cruel... E com um licor de Tannat? Precisarei voltar para saber a resposta!

Fica a dica para quem é bom em elaborações de sobremesas. Mas se for preparar o prato, leitor, não se esqueça de me convidar...

E mais uma coisa: Se você estiver em Montevideo, não deixe de conhecer as vinícolas. A Bodega Bouza, por exemplo, é super próxima ao porto... Pena que eu só descobri isso no horário da partida!

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Passeando e harmonizando em Montevideo

Eu não conhecia Montevideo, e nem posso dizer que conheço muito bem agora. O navio só ficou um dia lá, e nós tínhamos até o comecinho da noite para voltar, ou seja, foi tudo muito corrido.

Assim que as autoridades locais permitiram nosso desembarque, pegamos a mochila e deixamos o navio. O porto, além de bem estruturado, tem uma super sinalização para turistas, com direito a placas indicativas de roteiros, pessoas que falavam não só espanhol, mas inglês também, distribuindo o mapa bilingue da cidade. Ou seja, nenhuma possiblidade de você se perder por entre os navios atracados ou pelas ruas da cidade!! (Oi Porto de Santos, chegou a hora de aprender com los hermanos uruguayos...)

Eram nove horas da manhã e já estávamos com o mapa em mãos para conhecermos Montevideo, ou pelo menos o centro velho deles.

Fizemos tudo a pé... Saímos do porto em direção aos museus, mas estes estavam ainda fechados, devido ao horário. No caminho nos deparamos com esse pitoresco mercado de frutas...


Essas cores deixam qualquer foto sensacional, não é mesmo?

Nessa "Ciudad Vieja", como os uruguaios se referem ao bairro mais antigo de Montevideo, é possível percorrer um circuito que nos leva, graças às construções arquitetônicas, para o século XVIII. Edifícios históricos, praças e vielas encantadoras, sempre cercados pelo brilhante Rio da Prata.

O melhor de sair caminhando é que podemos conhecer cada pedacinho da cidade, com suas características peculiares, fugindo do circuito turístico. Assim, conseguimos aprender um pouquinho dos costumes, da rotina daquela gente toda... Por exemplo, descobrir praças com comércio de coisas antigas ou os bares frequentados pelos intelectuais da cidade...




Isso só se descobre xeretando mesmo... Nenhum guia turístico vai trazer esse tipo de informação... E foi nessa caminhada que descobri uma loja de vinhos muito bacana: Alvear Exquisitices. Foi lá que eu encontrei, quando já estava concluindo as compras, o vinho Axis Mundi!


Fiquei tão feliz... O vendedor devia achar que eu sofria de alguma perturbação, pois fiquei realmente muito contente por ter encontrado esse vinho nessa caixa tão linda. Mas deixe ele pensar o que ele quiser, não é mesmo? Saí de lá com 6 garrafas de vinhos. Além do Axis Mundi, comprei o Monte Vide Eu, Bouza Tannat A6, e mais outros que não me lembro...

O que fazer com aquelas garrafas? Voltar ao navio era o mais sábio a se fazer... Caminhamos de volta ao porto, entramos no navio, guardamos nossas garrafas e saímos novamente para continuar descobrindo Montevideo.

Nessa altura do dia, depois de tanto caminhar sob um sol de 39ºC, a fome começou  a apertar... Foi aí que decidimos voltar a encarar o fato de sermos turistas e fomos a um local que não se pode deixar de conhecer: O Mercado do Porto. Essa construção antiga é composta por uma infinidade de restaurantes em seu interior... Para quem gosta de desbravar a culinária local e não tem nenhum preconceito gastronômico, esse é o local ideal.

Olha só a parrilla na vitrine!!

Optamos por almoçar no famoso e tradicional "El Palenque" e podemos garantir que vale a fama afinal, a comida e o atendimento são sensacionais!!

Ao olhar o cardápio escolhi o bom e velho filet mignon (lomo para os uruguaios), acompanhado de uma saladinha. Para beber, um Tannat da Pisano.

O vinho chegou e aposto que você, leitor, deve estar se perguntando: Mas se estava tão quente, por que um Tannat? Minha resposta é simples: Eu não conseguiria passar por terras uruguaias e ignorar a principal casta vinífera deles, concordam? Além disso, pelas minhas pesquisas antes de viajar, esse rótulo ainda não chegou ao Brasil... Mais um motivo para encarar um Tannat em um dia de sol radiante, não acham? 



Com coloração vermelho rubi bem profundo e reflexos violáceos, esse vinho apresentou aromas de terra e framboesa em compota. Na boca foi uma elegância só... Muito equilíbrio e taninos arredondados! Delicioso!

Em seguida chegou a comida!! Reparem na altura do corte da carne...


Confesso que nem sei dizer o que era melhor: A carne era suculenta e derretia na boca. O vinho além de muito bom, harmonizou perfeitamente com a refeição. Nota dez para cada um deles!

Mas ainda tínha algo que nos surpreenderia: a sobremesa!! Além de linda, era saborosíssima! Mas isso fica para amanhã, ok?