domingo, 29 de maio de 2011

Empanados e vinho!

Passear por Buenos Aires e não comer empanados está fora de cogitação... Por isso, decidimos ir ao famoso El Sanjuanino, no bairro da Recoleta, que costuma ter filas de espera todos os dias!

E a fama é tanta que suas paredes são decoradas com fotos de centenas de celebridades mundiais que já passaram por ali.

Pedimos empanados de carne. O vinho para o acompanhamento deveria ser de 375ml ou nós não conseguiríamos sair dali... Com essa restrição, as opções cairam pela metade. Escolhemos o clássico Alamos Malbec 2009 ...


Esse vinho, super fácil de ser encontrado no Brasil, apresenta uma excelente relação custo x benefício. Com coloração violeta escura e aromas de frutas vermelhas maduras esse vinho mostra, na boca, toda a sua potência e elegância. Taninos bem marcados, muita fruta em compota e, ao fundo, um pouquinho de especiarias! Harmonizou muito bem com os empanados de carne!

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Cabaña las Lilas e DV Catena

Passear pela região de Puerto Madero é realmente encantador. De um lado, uma ótima seleção de restaurantes em um ambiente mais do que agradável, com vista aos diques do Rio de La Plata. Do outro lado, modernas torres comerciais e residenciais. E tudo isso ligado por uma ponte conhecida como Puente da la mujer.

Caminhando por essa região decidimos entrar no restaurante Cabaña las Lilas porque recebemos diversas indicações positivas do local... E posso afirmar que todos estavam corretos: o restaurante é excelente!

Descobri, apenas no momento em que cheguei, que este restaurante faz parte da rede Rubaiyat. Os antepastos servidos são iguaizinhos aos do Figueira Rubaiyat aqui em SP. A sequência de pães também!

Para o prato principal pedimos um belo filet mignon ao molho madeira, acompanhado de purê de batatas e lâminas de amêndoas.

Observaram a vaquinha espetada na carne? Uma graça, não!? Ela vem com os dizeres "Estoy a punto!", indicando o ponto de cozimento da carne!


Para acompanhar este prato solicitamos a carta de vinhos que , para nossa surpresa, era bastante extensa, mas apresentava um inconveniente: os vinhos eram muito caros... Foi o único lugar em Buenos Aires (daqueles que conheci) que o vinho apresentou um preço escandalosamente alto.

Pedimos um DV Catena Malbec 2007.


O vinho, assim como a comida, estavam espetaculares! O vinho (um dos melhores Malbec que já bebi até hoje) mostrou-se potente e elegante... No nariz, notas de frutas negras e um toque tostado, que com o passar do tempo foram se transformando e resultando também em notas de canela e pimenta. Harmonização perfeita com a carne extremamente macia e suculenta!

Esse vinho, elaborado com uvas de dois terroir distintos, é considerado um dos melhores Malbec da Argentina! Eu concordo...

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Caminhada em Buenos Aires...

O mundo todo sabe que a melhor maneira de conhecer Buenos Aires é caminhando afinal, as ruas são planas e os quarteirões tem medidas exatas... Mas eu também tenho outro motivo que justifica as caminhadas: emagrecer tudo o que se come!

Medias lunas, doce de leite, queijos e muita, muita carne fizeram parte da minha dieta nesses dias, logo, eu só podia caminhar para não ficar com o peso na consciência e na balança...

E graças a essas caminhadas vamos descobrindo belíssimos lugares, praças incrívelmente lindas e bem conservadas (oi Brasil?), avenidas largas e sem sujeiras, ônibus e caminhões que não tingem a paisagem com suas fumaças pretas e a Casa Rosada aberta! Sim!!! Graças as caminhadas percebemos uma movimentação em frente ao Palácio do Governo e descobrimos que ele estava aberto para visitação! Que alegria!!

O lugar é belíssimo... Dá vontade de colocar todas as fotos aqui e compartilhar com vocês, mas como isso não é possível separei três fotos que são adoráveis...

Essa primeira é a vista do balcão onde Evita Perón falava ao povo na Plaza de Mayo...

 Imaginem essa praça cheia de gente clamando pelo seu nome! Emocionante!
 Esta segunda foto é um dos vários salões que existe na Casa Rosada, para conferências...

Na minha opinião: a sala mais bonita!

A terceira foto é o gabinete da presidente Cristina Kirchner...


Mas isso é um blog de vinhos, não é mesmo? Por isso, vamos a ele!!!
Saímos muito contentes por termos conseguido fazer essa visita à Casa Rosada. Chegamos ao hotel, cansados e felizes, e vejam só quem estava nos esperando:

Já conseguiu descobrir ou quer mais uma pista...


Sim! Era a deliciosa viúva geladinha para brindarmos o dia... Pedimos um prato com queijos brie, gruyère e ementhal para servir de acompanhamento!

Apesar de sempre citar a Veuve Clicquot Brut, nunca tinha feito um post sobre ela... Essa deliciosa champagne, elaborada com as uvas Pinot Noir (40%), Pinot Meunier (30%) e Chardonnay (30%) apresenta um lindo amarelo palha, com perlage bem fininho e intenso. Aromas de maçã e pão se destacam.... Na boca - perfeição - notas de brioche e um leve toque mineral. Com os queijos então, ficou excelente! Penso que a melhor harmonização se deu com o Gruyère, mas a champagne combinou com todos os queijos!

Um brinde com a viúva!!!

terça-feira, 17 de maio de 2011

Ah, Buenos Aires...

... Que saudades!

Ultimamente tenho pensado em como começar essa sequência de posts sobre essa cidade deliciosa... Não sabia se iniciava os registros pelo início da viagem ou pelo fim... Depois de muito pensar percebi que deveria começar pelo lugar mais marcante e esse lugar foi o último restaurante que visitamos, em San Telmo...

Já havia lido por aí que o melhor de Buenos Aires era "se perder" pela cidade, pois em cada rua encontraria algo com que me surpreenderia... E foi isso o que aconteceu no meu último dia de viagem... Caminhando pelo bairro de San Telmo, decidimos entrar por umas vielas e fugir da "rota turística". E foi numa dessa ruas que nos deparamos com a galeria do Viejo Hotel.

O prédio, construído em 1890 para ser utilizado como um hotel de bairro, serve, desde 1979, como galeria de arte que abriga também um delicioso restaurante. Sua fachada foi modificada ao longo dos anos, mas seu interior foi conservado e ainda exibe as características italianas de sua construção...


Ficamos encantados com o lugarzinho e decidimos ser os primeiros do dia a sentar em um das mesinhas, que logo seriam tomadas por franceses e alemães, além dos brasileiros, é lógico!

O dia estava lindo, com céu azul, sol brilhante e um vento frio rasgante... Ao meu olhar, perfeito para sentar e beber um vinho... Mas antes disso, um pouco de tango não faz mal para ninguém, aliás, completa a perfeição do cenário... O casal - Dario e Paula - dançava por entre as mesas alegrando a todos com seus passos rápidos e seus gracejos de "perseguir" garçons e clientes que passassem próximos a eles durante a apresentação...

Para apreciar o ambiente e a dança, decidimos pedir um filet mignon grelhadinho, acompanhado de saladinha e papas fritas...

Para beber pedimos o vinho Utopia 2006, elaborado com a uva Cabernet Sauvignon. Com aromas de pimentão, frutas vermelhas e tabaco, esse vinho apresentou um vermelho bem vivo, com reflexos violáceos. Na boca mostrou-se bem equilibrado, com gosto de chocolate ao leite e de framboesas, além de um toque de madeira... Vinho bem feitinho!

Posso dizer que foi tudo perfeito... Ambiente agradável, comida deliciosa, show incrível... E para vocês não ficarem com água na boca, o vídeo abaixo mostra um pouquinho do tango exibido durante o almoço...

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Vinícola Perini

O último stand que visitei na Expovinis foi o da Vinícola Perini e confesso que fiquei surpresa, não só pelo fato de perceber que todos que chegavam ao stand eram bem tratados, independente de serem profissionais da área ou consumidores finais, mas porque também me surpreendi com a qualidade dos vinhos apresentados...

Começamos com um Marselan bem interessante. Essa uva, originária do cruzamento da Cabernet Sauvignon com a Grenache, costuma produzir vinhos de muita estrutura, encorpado, de boa acidez e com taninos bem marcantes. Além disso, aromas e paladar são bastante intensos...

E esse da Perini não foi diferente: bom corpo, potência, equilibrio e deliciosamente saboroso, notas de terra, madeira e especiarias, além de frutas negras... Nota dez para a produção nacional!

Depois de um bom tempo de conversa com Ricardo Macall (representante comercial da Perini em SP), e com Franco Perini, estes comentaram sobre o lançamento do vinho ícone da vinícola: Perini Quatro...

Essa belezinha de garrafa quadrada é elaborada a partir da variedade de 4 uvas: Ancellotta, Cabernet Sauvignon, Merlot e Tannat, todas da safra de 2008. Além disso, o vinho estagia 8 meses em barrica de carvalho francês.

Na vinícola esse vinho será comercializado nessa linda caixa de madeira, sempre com 4 garrafas. Apenas 1000 caixas serão colocadas a venda.

Vocês perceberam que está faltando uma garrafa na foto acima, não? Sabe porquê está faltando? Porque, enquanto conversávamos, o simpático Franco se retirou, pegou um saca-rolhas e abriu a garrafa para experimentarmos!!! (É o "Taças e Rolhas" podendo na Expovinis!!!)

O vinho é MUITO bom... Com uma coloração intensa, esse vinho mostrou-se muito integrado, tanto nos aromas quanto na boca. Vinho de potência, com aromas de frutas vermelhas, chocolate, couro, terra e madeira... Na boca mostrou-se muito equilibrado, com excelente persistência e gostinho de ameixa...

E foi com esse gostinho de ameixa que terminei minha odisséia pela Expovinis com a certeza de que, além de ter sido uma feira muito bem organizada, os vinhos brasileiros estão crescendo com qualidade! Saúde!!

Instabilidade!


Leitores, infelizmente as postagens estão atrasadas... Gostaria de esclarecer que isso está acontecendo pois o site do blogspot tem estado bastante instável nos últimos dias. Tão instável que perdi posts e alguns comentários simplesmente desapareceram...

Parece que agora as coisas estão resolvidas! Se tudo continuar correndo bem, daqui a pouco tem post sobre a Vinícola Perini (último post sobre a Expovinis) e amanhã post sobre minha viagem à Buenos Aires... Hasta luego!!

terça-feira, 10 de maio de 2011

Degustando vinho

Vejam só o presentinho que encontrei em cima da minha cama, no final de semana:

Obrigada, marido!
Legal, né!! Estou lendo loucamente... A linguagem é super simples, o que faz com que cada página seja rapidamente devorada. O mais bacana é que, além de todo o  conteúdo teórico que a super Jancis vai nos ensinando, ela propõe atividades práticas para treinarmos o paladar e o olfato.

Excelente dica de leitura para aqueles que sempre querem aprender mais sobre essa bebida incrível! Abaixo segue o release:

UM LIVRO PARA OS SEDENTOS

"Como Degustar Vinhos" guia escrito por uma das maiores autoridades mundiais em vinhos, a inglesa Jancis Robinson, consultora oficial da adega do Palácio de Buckingham e primeira enóloga fora do circuito de vinicultores a receber o prestigioso título de Master of Wine, em 1984.
Abrangente, o livro passeia pela história do vinho, esclarece como fatores diversos (do clima ao tamanho da garrafa) agem sobre o sabor e revela truques sobre como servir e beber, a fim de que a pessoa consiga extrair o máximo de prazer de cada taça. Tudo isso é acompanhado de uma série de exercícios práticos, a maioria deles relacionados à arte da degustação. Mestra inventiva, Jancis chega a incluir algumas atividades heterodoxas para o leitor-aprendiz testar seu paladar, como experimentar pasta de dentes ou sorver vinho em xícara.
Em cada exercício prático, a autora indica exemplos de vinhos próprios para a degustação sugerida – muitos deles podem ser encontrados com razoável facilidade e, quando possível, são listados exemplares não muito caros. Segundo Jancis, tais exercícios permitem que o leitor, já à altura do meio do curso, consiga distinguir um Chardonnay de um Sauvignon Blanc, por exemplo. Não por acaso, o livro dedica atenção especial ao fator mais importante e reconhecível da degustação: a variedade da uva predominante do vinho. O trajeto pelas matérias-primas começa pelas uvas que fazem o vinho branco, adentra pelo mundo dos tintos e se estende pelo universo dos espumantes e dos vinhos fortificados, como o porto.
Ao longo dessa viagem, o leitor é convidado a provar diferentes rótulos da mesma variedade de uva – para, no passo seguinte, experimentar exemplares produzidos em climas muito diferentes, por exemplo. Demonstrações sobre como determinadas combinações de pratos e vinhos não funcionam, sugestões para futuros exercícios de degustação e um sintético glossário que decifra o jargão dos enólogos para os leigos completam a obra.

E então, gostaram? Eu estou me divertindo!

segunda-feira, 9 de maio de 2011

O 2º dia de Expovinis

Começamos o segundo dia de Expovinis com uma outra palestra de Manoel Beato, só que agora falando sobre vinhos italianos. Preciso confessar que foi terrível! Não por ele, claro, afinal, como já disse, escutá-lo falar é sempre muito bom... O problema é que, depois de algum tempo, percebemos que os garçons haviam trocado a ordem dos vinhos para algumas pessoas. Então, enquanto o Manoel descrevia um vinho, algumas pessoas estavam analisando outro. Triste! Mas vamos esquecer, ok?

Em seguida, fomos ao stand da Casa Valduga degustar a espumante sensação do momento: Maria Valduga!
Com "rótulo" em metal dourado, esta belezinha era o sucesso da noite... Linda, não?

A espumante é uma homenagem à matriarca da família. Elaborada pelo método tradicional apresentou um amarelo palha bem bonito, um perlage fino e aromas de maçã e pão. Na boca mostrou boa persistência, com notas de brioche. Mas preciso confessar que esperava muito mais... Eu ainda acho a espumante Valduga 130 (já comentada aqui) mais saborosa que esta, mas gosto é gosto e há quem diga que esta é a melhor espumante nacional... Pelo menos todos concordam em uma coisa: é a mais bonita!

Parte da Confraria Tarja Preta posando para foto no stand da Casa Valduga
Em seguida fomos até o stand da Miolo afinal, queria provar o lançamento da Collezione RAR (que adoro!): Viognier 2010.

Meu Deus, quanta loucura nesse stand. Parecia-me porta de balada de tanta gente amontoada!  Mas, faço qualquer esforço por vocês, viu leitores?

Com um amarelo esverdeado lindo lindo lindo lindo, o vinho mostrou-se bastante aromático, com notas de flores e um pouquinho de madeira. Na boca, bem fresco, com boa persistência. Mas vou fazer outra confissão: Eu prefiro o Viognier da Casa Pisani! Acho que a diferença é o fato de que o da Casa Pisani não passa por madeira, o que traz sabores mais vivos de frutas para dentro da taça! Mas vale muito a pena beber, viu?

Depois dessa visitação, fomos a  outro stand nacional, o da Vinícola Perini. Mas essa merece um post só para ela... (amanhã, ok?)

Ao final, a Regiane propôs um brinde para irmos em embora. Nada melhor do que fazê-lo com um espumante nacional. Decidimos voltar ao stand dos vinhos de São Joaquim, para degustarmos um espumante na Pericó e brindarmos. Nossa amiga Lara resolveu fazer uma foto daquele momento e pediu para, nada mais nada menos, do que o proprietário da Vinícola, Sr. Wandér Weege fazer a foto... Vale lembrar que ela não o conhecia. Ele foi muito gentil e se ofereceu para sair na foto conosco!  Simpatia total... Conversamos por um bom tempo e demos muitas risadas juntos...
O final da noite não poderia ter sido melhor!!

sábado, 7 de maio de 2011

Resumo do dia!

Estou atrasada, eu sei...

Mas, nesse apanhado geral de primeiro dia da Expovinis, posso afirmar que o evento esteve muito bem organizado e interessante! Tivemos excelentes oportunidades de degustação, de aprendizado e de conversas enriquecedoras! Vejam só: degustamos o maravilhoso rosé da Provence - Château de Pourcieux (já comentado aqui), servido pelo proprietário da vinícola, o Marquês Michel d'Espagnet. Um privilégio, não? (preciso fazer um curso de francês urgente!)

Além disso, o stand da importadora La Cave Jado estava imperdível... Eles levaram vinhos realmente deliciosos... Uma Champagne, um Gewurztraminer e um Riesling de enlouquecer! (estou precisando fazer uma visitinha para eles e rechear minha adega com essas garrafas!)

Vamos aos vinhos: Começamos com a Champagne Louise Brison Millésime 2004. Um verdadeiro espetáculo... elaboradas a partir das castas Chardonnay (50%) e da Pinot Noir  (50%), apresentou um amarelo palha bem clarinho, quase incolor. O perlage era intenso e bem fininho, mas fiquei sem palavras mesmo quando senti seu gostinho de frutas frescas... Inesquecível!
Em seguida partimos para o Riesling, da Domaine Frey, que desde 1997 pratica uma agricultura biodinâmica. Vinho espetacular... Aromas de maçã e de pêra... Na boca, um frescor e uma mineralidade deliciosos... Será que combinaria com um fondue de queijo? Acho que vou fazer o teste!!
E o Gewurztraminer (do mesmo produtor)... Que vinho elegante... Notas de flores brancas e abacaxi... Divino!!!
É, o primeiro dia acabou com a certeza de que aproveitei cada oportunidade... Mas ainda tem muito mais!!

terça-feira, 3 de maio de 2011

A serra catarinense e a Expovinis!

Continuando minha saga em desbravar a Expovinis, decidi parar no stand da Acavitis, para apreciar os vinhos de altitude de Santa Catarina.

Preciso fazer uma confissão: Minha experiência com vinhos catarinenses nunca passaram dos excelentes rosè e do tinto 2004 da Villa Francioni. Por isso julguei esse momento como o ideal para enriquecer meu repertório afinal, para promover os vinhos de Santa Catarina, a Associação Catarinense de Produtores de Vinhos Finos de Altitude (Acavitis) ocupou uma área com mais de 150 m² onde participaram 11 vinícolas associadas.

Circulei por entre todas essas vinícolas, e minha vontade era de parar em todas... muitas novidades e lançamentos, mas me vi na obrigação de selecionar apenas algumas para conversar com os produtores e degustar seus vinhos, ou não sairia viva e sóbria de lá!

Decidi começar pela SANJO (Cooperativa Agrícola de São Joaquim), vinícola que sempre ouvi falar, mas nunca tinha provado nada! Saboreei dois vinhos brancos interessantíssimos. O primeiro foi o Núbio Sauvignon Blanc.

Com aromas cítricos delicados e notas florais, esse vinho mostrou-se delicado, fino, com sabor de abacaxi e manga bem fresquinhos... Delicioso e surpreendente!

Em seguida partimos para o Maestrale Integrus, elaborado a partir da uva Chardonnay (85%) e Sauvignon Blanc (15%). Mais uma vez, me surpreendeu... Bastante complexidade aromática, notas de frutas tropicais, um toque amanteigado e um pouco de pimenta. Na boca, mostrou-se marcante, boa persistência... Muito bem feito, fresco, saboroso. Tenho certeza de que em uma degustação às cegas, ambos surpreenderiam.

Em seguida, fui até a Casa Pisani... Que outra boa surpresa!! Depois de uma ótima conversa, provamos um belíssimo Viognier 2010.
Com uma linda coloração amarela, com reflexos esverdeados, esse vinho me fez suspirar... No nariz, notas florais... na boca, deliciosas notas de frutinhas e bastante frescor!! Muito superior ao Viognier Colezzione RAR, lançamento da Miolo na Expovinis, (e olha que sou fã dessa linha, como já comentei em outros posts).

Ah, caminhar por entre os vinhedos em um dia quente com uma taça desse Viognier na mão!! E, enquanto apreciava e sonhava, voltei a realidade com Álvaro Cézar (do blog Divino Guia) passando por mim. Não resisti e fui tietar. Sou louca pelo blog dele e, como não poderia deixar de ser, pedi uma fotinho!!!

Voltando aos vinhos... Saí do stand com a deliciosa impressão de que ainda vamos ouvir falar, e muito, dos vinhos de Santa Catarina! Cabe a nós, brasileiros, experimentarmos... Que tal, na próxima vez que for comprar um vinho, pedir para ver os rótulos de Santa Catarina e levar um para casa??

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Uma uva, três sabores!

A França investiu na Expovinis 2011. A área destinada aos vinhos franceses, além de extensa, trazia produtores de diversas regiões. Uma verdadeira perdição... Confesso que nem sabia onde parar, tamanha variedade. O stand francês era tão organizado e bonito, que todos os expositores tiveram o cuidado de carregar a bandeirinha luminosa da França na lapela do paletó! Uma graça!! Além disso, os expositores da região da Provence vestiam lindas camisas cor-de-rosa, em associação ao seus lindos e deliciosos rosés!!! Ah, esses franceses...

E, caminhando por entre essas regiões, eu e Regiane decidimos parar no stand do Vale do Loire. Um simpático francês nos ofereceu seu vinho: Um Chenin Blanc. Um não, três Chenin Blanc!

O jovem Lebreton nos apresentou três vinhos, todos produzidos a partir da casta Chenin Blanc (que é a principal uva dessa região francesa!), porém cada vinho tinha um grau de passificação diferente das uvas. Vamos aos vinhos:

O primeiro vinho, elaborado com as uvas frescas, apresentou um amarelo bem clarinho. No nariz, muito frescor e aromas suaves de aspargos e flores brancas. Na boca, leve, fresco, com gostinho de abacaxi... Delícia!

O segundo, já com uvas um pouco passificadas (não anotei a quantidade de açúcar residual), apresentou um amarelo mais intenso, com deliciosos aromas de abacaxi e manga. Na boca, um mel bem delicado, fino.

O terceiro, já com uvas Chenin Blanc mais passificadas ainda, apresentou um delicioso aroma de damasco. Na boca a doçura era surpreendente, nada enjoativo... E a cor, então!!! Era um dourado inesquecível...


Foi tão interessante provar um em seguida do outro... Nem parecia a mesma uva. Cada um, a seu modo, me deixaram enlouquecida, tanto que, por mim, foram eleitos os melhores vinhos da Expovinis.

Ficamos imaginando possíveis harmonizações e, graças a uma intérprete do consulado francês pudemos conversar um pouco mais com o produtor. Eu sugeri um Crème Brûlée, a Regiane pensou em um queijo azul. O nosso francês simpático concordou com nossas sugestões, mas foi taxativo: a melhor harmonização é com patê de fois gras.

Extendendo um pouco mais a conversa, descobrimos que esses vinhos ainda não tem importação para o Brasil (como assim? Alô Mistral, Grand Cru, e outras importadoras!!)

Ah, eu ainda posso lembrar dos sabores desses vinhos... E arriscaria dizer que poderia reconhecê-los por aí! Será? Espero reencontrá-los em breve!!

domingo, 1 de maio de 2011

Expovinis 2011 - Manoel Beato

Cheguei na sala da palestra de Manoel Beato.

É tão bom escutá-lo falar... Tão calmo, tranquilo, apreciador dos detalhes, culto... É realmente encantador vê-lo degustar um vinho e expor suas impressões... Aprendi tanto!!
Conforme nos disse Manoel Beato, o sul da França foi uma região que ficou esquecida por um bom tempo, mas que, recentemente, vem sendo valorizada como se deve. Nessa região, que compreende a área do Vale do Rhône até Languedoc-Roussillon,  as uvas que mais se destacam, por encontrarem um bom desenvolvimento são a Syrah, a Mouvèdre, a Cinsault, a Grenache e a Carignan.

Os vinhos que degustamos (6 no total) foram todos escolhidos pelo próprio Beato em suas andanças pela França. E todos eles são importados pela Enoteca Fasano.

Começamos com o Ancestrale 2007, da Domaine Bertrand Bergé. Localizado no coração da denominação Fitou, no vilarejo de Paziols, a família Bertrand Bergé está na sua sexta geração de vignerons.
Com um vermelho bem intenso e de reflexos negros, esse vinho apresentou aromas de vermute, assim como um toque mineral (um pouquinho oxidado). Na boca, frutas bem maduras e especiarias, médio corpo e média persistência.

Seguimos para o Les Collines 2006, da Domaine Ollier Taillefer, que está localizado no vilarejo de Fos, nos arredores da denominação de Faugerés.
Com aromas intensos de terra molhada, Manoel Beato destacou que esse vinho harmoniza muito bem com cogumelos (vou fazer o teste!). Mas confesso que este rótulo mostrou-se muito mais aromático do que saboroso... Achei que na boca não surpreendeu, média persistência, de corpo meio mole. Talvez, para ficar mais interessante ele precisasse estar um pouco mais resfriado...

Partimos para o La Bastide Saint Dominique 2008. Que espetáculo! A propriedade está localizada no vilarejo de Courthézon e a idade média das vinhas é entre 20 e 50 anos. Este rótulo apresentou aromas metálicos e, segundo Beato, aromas de caça, de sangue, além de um toque herbáceo. Na boca, bom corpo, excelente persistência e taninos elegantes. 
Em seguida fomos para o Les Terres Blanches 2008, da Domaine Borie Vitàrele. Os vinhedos dessa vinícola seguem o cultivo biológico, com certificação, e recebem compostos e preparados biodinâmicos, além de tratamentos com chás de ervas!  Eu fico imaginando as plantações "tomando" chá! Adoro!!
Vinho bastante interessante, com aromas bem frescos e taninos bem marcantes. Os aromas não se repetem na boca... Eu gostei dele justamente por ser diferente! Nunca havia provado nada assim! Se a intenção é surpreender, esse é o vinho!

Partimos então para o Le C de Camplong, 2005. O meu preferido! Esse vilarejo, onde vivem apenas 270 habitantes (vou me mudar para lá!), está localizado aos pés da montanha D'Alaric. As uvas são colhidas à mão e passam por um rigoroso processo de seleção, resultando assim, em vinhos de alta qualidade. Este rótulo me ganhou: com coloração quase negra, esse vinho com aromas de terra e tostado mostrou na boca muita potência, mas sem deixar de ser elegante. Notas de chocolate amargo e café também se destacavam. Segundo Beato é um vinho com bom potencial de guarda, muito embora esteja muito bom para beber!
E, como o melhor sempre fica para o final: Um Passito di Pantelleria!

Você deve estar se perguntando: "Mas a palestra não era sobre vinhos franceses?" Sim, leitor, mas, nem o Manoel Beato soube explicar como essa belíssima garrafa apareceu por lá...  Ele imagina que tenha sido um agradinho da Enoteca para todos nós que compartilhávamos aquela tarde juntos... E que agrado, não é mesmo?
Esse vinho de sobremesa, elaborado com a uva Moscatel, era tão bom, mas tão bom, que foi impossível deixar uma gotinha na taça!
Com aquela coloração de caramelo, ou como alguns preferem, chá concentrado, apresentou aromas de figo e de doce de sidra. Na boca, um delicioso mel de laranja, doce sem ser enjoativo! Divino... Confesso que fiquei me imaginando passeando pela ilha de Pantelleria com uma taça desse vinho nas mãos!

Fim da palestra e, como não poderia deixar de ser, tive meu momento fã e, depois de conversar com Manoel Beato, tiramos uma foto.
  

Saí da sala com a sensação de que, por mais que estude a vida inteira, nunca vou aprender tudo!