Expovinis 2011 - 1º dia

Entre os dias 26 e 28 de abril aconteceu a 15ª edição da Expovinis, a maior feira de vinhos da América Latina. O palco foi o Expo Center Norte, em São Paulo, onde se reuniram mais de 350 expositores de diversas regiões vitivinícolas do Brasil e do mundo. O primeiro dia foi destinado apenas aos profissionais da área, mas o consumidor final também teve a oportunidade de conhecer a feira e provar vinhos nos outros dois dias, sempre depois das 18 horas.

A minha saga começou no primeiro dia (26 de abril). Digo saga pois essa feira apresenta um mundo de informações e, quando as opções são inúmeras é fácil se perder e ficar com a sensação de que ficou faltando o melhor... Então, decidi começar com as palestras - esse universo do vinho precisa de estudo eterno!

A primeira palestra a que assisti foi a do Rodrigo Albernaz (ex-professor e amigo, supervisor de vendas da importadora Casa Flora). O tema foi a Empregabilidade e gestão de pessoas no mundo do vinho. Foi tão instigante... Rodrigo nos pôs para refletir: "O mundo valoriza seus vinhos, mas o Brasil e o brasileiro ainda tem o hábito de enxergar seus vinhos com muito preconceito." E isso é tão real, né leitor? É claro que existe muito vinho ruim aqui, mas também existe muita coisa boa... Vinhos bem feitos... Numa conversa paralela com minha amiga Regiane (sommelier e companheira de Expovinis) ela disse algo muito relevante: "É fácil indicar vinho bom, na faixa de R$ 300,00 reais ou mais... Quero ver indicar vinho bom, na casa dos R$30,00 reais..."  Sábia, não!

Eu tanto concordo com ela que acho que esse também é o papel do sommelier e dos blogs de vinhos que temos por aí... Mostrar coisas boas, com preços justos. 

E, para encerrar a palestra, um brinde com a espumante nacional Viapiana Brut 2010. Bem feitinha, com bastante frescor e leveza, e deliciosas notas cítricas... Perfeita para nosso clima quente...

Saí dessa palestra e fui correndo para o belíssimo stand da Enoteca Fasano, para confirmar o local da palestra sobre os vinhos do sul da França com o sommelier ídolo Manoel Beato. Enquanto aguardava a confirmação, degustei um Chablis, da Domaine Bernard-Defaix 2007 e folheei o lindo catálogo da Enoteca.

Que delícia de vinho! Com cor amarelo palha, e lindos reflexos esverdeados, apresentou aromas de boa intensidade. Na boca mostrou-se leve, fresco e com gostinho de frutas maduras...

Assim que chegou a confirmação da sala, terminei minha taça e fui assistir a palestra...

Amanhã tem o post sobre o incrível Manoel Beato e os vinhos do sul da França!

Atrasos!

Caros leitores;

Estou ausente esses dias, pois, após ter retornado de Buenos Aires, tenho participado todos os dias da Expovinis... Chego no evento às 14 horas e saio às 21h... Por isso, não tenho conseguido postar. E vale lembrar que trabalho durante a parte da manhã...

Então, estou escrevendo para comunicá-los de que os posts fresquinhos sobre a Argentina e o evento Expovinis 2011 começarão a ser publicados a partir de sábado (30/4), ok?

Obrigada pela compreensão! Até sábado!

Páscoa na Argentina!

Caros leitores;

Estou indo amanhã bem cedinho para Buenos Aires! Vou aproveitar esses dias de folga para descansar, comer e beber bem... Na segunda-feira estou de volta!

Confesso que pensei em postar da Argentina, mas decidi por não fazer isso... Vou aproveitar cada segundo e quando chegar, atualizarei a todos com posts fresquinhos... Preciso estar descansada afinal, a semana que vem promete: tem Encontro de Vinhos OFF, na Bendita Hora na segunda-feira e Expovinis de terça a quinta-feira! Aliás, estou contando com esses eventos para conhecer vários de vocês, viu leitores?

Então, até lá!! E enquanto isso, aproveitem a Páscoa! Bom feriado! Saúde!!!

Sushi e vinho!

Sexta-feira à noite, depois de uma semana super intensa, eu estava muito cansada... O marido decidiu fazer um agradinho e trouxe para casa este super prato!!!

Meu único trabalho foi, então, escolher o vinho e pôr para gelar... Sei muito bem que o que mais combina com comida japonesa e seu molho shoyu é espumante... Mas quis arriscar e harmonizar com uma uva branca que adoro: Riesling...

O Riesling que escolhi foi o Yealands Way 2009, da Nova Zelândia, que é encontrado facilmente na rede de supermercados Pão de Açúcar (comprei na última vez que fui ao mercado, e trouxe uma garrafa de cada uva).

Esta vinícola tem um apelo enorme em relação a emissão zero de carbono, elaborando vinhos com pouco impacto ambiental. Mas, quando degustado, não surpreendeu...

A linda coloração amarelo palha quase incolor me fez vibrar... era tão linda! No nariz, notas bem levinhas de maçã e pera... na boca, uma mineralidade quase imperceptível... falta de persistência e de acidez... quase nem se notavam as frutinhas, tão sem graça...

Nem preciso dizer que não harmonizou com o salmão, né? O vinho era incapaz de limpar a gordura do peixe...

Tomara que os demais rótulos que habitam minha adega tenham mais personalidade!!!

Syrah ou Shiraz?

A Syrah é uma das mais antigas uvas que se conhece. É a variedade que deu fama aos vinhos do norte do Rhône, na França, como o Hermitage. Atualmente, é muito plantada no sul da França, do Rhône ao Languedoc.

Típica de climas quentes, teve excelente adaptação na Austrália, onde é grafada Shiraz. É considerada a uva símbolo australiana, responsável por seu famoso tinto, o Penfolds Grange.

E, inspirada por toda essa história, decidimos abrir uma garrafa (recém comprada na Grand Cru) de Shiraz australiano: Explorateur 2006, The Colonial Estate.

Esse vinho, da região de Barossa Valley (reconhecida como a principal região vinícola da Austrália), não foge do estilo australiano de fazer vinho: muita potência. De coloração vermelho intenso, com reflexos negros, esse vinho apresentou aromas muito intensos de especiarias, couro, terra e frutas negras. Na boca, muita potência e elegância, além de muita persistência. 

Depois de um tempo aberto os aromas de frutas se intensificaram e o retrogosto de tabaco tornou-se ainda mais marcante.

Confesso que foi um dos melhores australianos que já provei. A harmonização foi feita com strogonoff... e claro, ficou perfeito! O vinho combinou com a untuosidade do molho...

Esse vinho é daqueles que preciso comprar uma caixa!!!!! Urgente!!!!

Páscoa e vinho! Hoje: Colomba Pascal

A colomba pascal é daquelas sobremesas que nunca me encantaram... Mas conheço pessoas que são malucas por esse pão doce, coberto por açúcar e amêndoas! E foi pensando nessas pessoas que fui atrás de descobrir um vinho que harmonizasse com esta sobremesa!

Depois de provar por aí, escolhi dois vinhos. O primeiro é o italiano Batasiolo Moscato d' Asti. De coloração amarelo palha com reflexos esverdeados, esse vinho apresenta notas adocicadas de abacaxi e mel... Não tem nada de enjoativo - é leve e fresco. Servido geladinho ficou perfeito com a colomba!

Outro vinho que harmonizou muito bem foi o italiano Vin Santo - já falamos dele aqui! Notas de damasco e mel e com uma coloração dourada linda, também combinou com a colomba. (Eu prefiro a harmonização dele com os biscoitinhos Cantucci!!!!)

De qualquer modo, o bom mesmo é arriscar, sempre!!! Não tem nenhum desses vinhos, abra outro e veja no que dá. Mas não se esqueça de uma coisa: passar por aqui e deixar seu registro!

Páscoa e vinho! Hoje: Chocolate

Falar de chocolate é sempre bom, independente da época do ano! Mas, supermercados e lojas decoradas são índícios de que essa é uma das épocas mais prestigiadas desse produto...

Nossa sugestão aqui no "Taças e Rolhas" é você juntar esse espetáculo de sobremesa com uma boa garrafa de vinho e aproveitar a Páscoa!

Corre um discurso por aí de que chocolate não harmoniza bem com vinho. Eu discordo muito! É claro que se pensarmos na quantidade de açúcar e gordura que existem no chocolate e no quanto nossas papilas gustativas ficam comprometidas depois de provarmos um único pedacinho (já reparam como nossa saliva engrossa?) perceberemos que não se trata de uma harmonização fácil, mas tudo nessa vida requer riscos e a harmonização perfeita também... Tentativa e erro é a melhor maneira de alcançarmos o vinho perfeito! 

Um vinho do Porto, por exemplo, acompanha bem um chocolate. E não precisamos pensar em vinhos muito caros: O Porto Messias Ruby e o Porto Dom José cumprem muito bem o papel e tem um preço bem acessível. Outro vinho da qual sou fã é o argentino Malamado, da Família Zuccardi (já falamos dele aqui)... equilíbrio perfeito!

Mas se você quer uma harmonização perfeita com chocolate, temos o Whisky... Um copo de Chivas Regal ou de Johnnie Walker Green Label é garantia de combinação ideal! (sem gelo, por favor!)

Páscoa e vinho! Hoje: Bacalhau

Pratos tradicionais da Semana Santa ficam ainda melhores quando harmonizados com vinho. A tradicional bacalhoada, os ovos de chocolate e a colomba pascal ficam ainda mais irresistíveis quando tem como companhia, uma taça desse líquido tão espetacular...

E, como a Páscoa já está chegando, o "Taças e Rolhas" decidiu se antecipar e sugerir algumas harmonizações para essa data. Começaremos, portanto, com o carro-chefe do almoço de domingo: o Bacalhau.

Como diria o Saul Galvão "o bacalhau é exigente e controverso", por isso aqui no "Taças e Rolhas" defendemos que ele deve ser preparado de modo bem simples, sempre, a fim de ressaltar o seu sabor tão especial e peculiar. Acreditamos que aquele preparado apenas com um bom azeite, pequenas batatas e cebolas seja sempre o ideal... Quase um confit de bacalhau...

Todos sabemos o quanto bacalhau é bom, mas na hora de harmonizar, todo cuidado é pouco. O bacalhau é daqueles pratos que, dependendo do vinho, criam aquele gosto de metal na boca...

O vinho que já degustei com esse prato e, que na minha opinião ficou perfeito, foi um vinho branco espanhol, da região de Rioja, o Conde de Valdemar.

Tive a oportunidade de experimentar esta harmonização no curso de formação de sommelier, com o professor Clóvis (membro da Confraria do Amarante, a qual Saul Galvão também pertencia!) e posso afirmar que ficou perfeito! Este vinho, elaborado 100% com a uva Viura é seco e bastante complexo, com marcante presença de madeira e algumas notas de mostarda. Equilibra com o bacalhau, sem metalizar. Bem geladinho, fica uma delícia!

Este rótulo é trazido pela Mistral.

Não percam! Na sequência: chocolate e vinho!

Um reencontro que levou 15 anos! (parte final)

Como afirmei no post anterior a melhor harmonização da noite foi, sem dúvida, com a sobremesa!

As meninas trouxeram um belíssimo e delicioso Tiramissú. Para quem não conhece o Tiramissú é aquele doce preparado a partir de queijo mascarpone, pó de cacau e café.

Para harmonizar escolhemos o vinho chileno de colheita tardia da Casa Silva, elaborados a partir das castas Semillón e Gewurztraminer, safra 2009. Com coloração amarelo ouro, esse vinho apresentou aromas marcantes de flores, maracujá, casca de laranja e muito hortelã. Era tanto hortelã que sentíamos aquele frescor saindo da taça. Na boca muito equilíbrio entre álcool e açúcar. Era doce sem ser enjoativo; as notas de frutas se repetiram na boca. Quando bebido após o doce, representava o verdadeiro manjar dos deuses. Ficou perfeito!

Como sempre, quando estamos nos divertindo o tempo passa bem mais rápido e por isso nosso tão aguardado encontro se encerrou depois de 5 maravilhosas horas. Mas, assim como o tiramissú, ficou o gostinho de quero mais!! Além do que, fui presenteada por elas com uma garrafa de vinho do porto Graham´s Six Grapes.

Ou seja, aguardem um reencontro em breve... nada de quinze anos!!!! O vinho não pode esperar, nem eu!!!

"A amizade é o grande bem da vida" (Jorge Amado)

Um reencontro que levou 15 anos! (parte 2)

Quantas histórias relembradas, quantas experiências vividas... Foram tantas as histórias e as memórias, que depois de tanta conversa, precisávamos nos alimentar para recobrar as forças.

Como entrada preparei aquela saladinha de tomates cerejas, com morango, alecrim, manjericão, aceto balsâmico e caldinha de açúcar mascavo! Esse prato é leve como a vida deve ser... Eu, particularmente sou muito fã dessa misturinha.

Partimos para o 1º prato: Risotto de gruyére com pistache.

Para a harmonização, escolhemos um vinho branco, elaborado 100% com a casta Loureiro (uva autóctone portuguesa) - Quinta do Ameal Loureiro, safra 2007. 

Na taça, amarelo palha com reflexos esverdeados. No nariz, muita fruta, como maracujá e  pêssego, e também aspargos. Esse vinho, da região do Minho, apresentou muito frescor, um leve adocicado que combinou muito bem com a leveza do Gruyére... Um final de boca bastante gostoso... Vale lembrar que esse vinho era da safra de 2007, mas estava muito bom... Acho que ele só resistiu ao tempo, pois estagiou por seis meses na barrica nova de carvalho... Comprei pela indicação do sommelier Fabiano, da Grand Cru e super aprovei!

O 2º prato foi medalhão de Filet Mignon, com legumes refogadinhos no azeite...

O eleito para a harmonização foi o brasileiro RAR 2005, elaborados a partir das castas Cabernet Sauvignon e Merlot... Preciso confessar que sou fã número um desse vinho nacional... Além da linda coloração vermelha, com reflexos púrpuros, acho que ele surpreende na boca. Notas de compota de frutas vermelhas e madeira que combinam muito bem entre si, pois apresentam-se de modo equilibrado. Os taninos são marcantes, mas redondos... A persistência na boca é incrível... com a carne então, harmonizou direitinho...

Mas, a melhor harmonização da noite, aquela que nos fez suspirar e ter certeza de que precisamos repetir o feito, foi na hora da sobremesa... Mas isso, leitor, fica para amanhã, Ok?

"Pode ser que um dia nos afastemos... Mas, se formos amigos de verdade, a amizade nos reaproximará." (Albert Einstein).

Um reencontro que levou 15 anos!

Compartilhar um garrafa de vinho com quem amamos é sempre muito bom.

Agora imaginem compartilhar algumas garrafas de vinhos com quem amamos, mas que não víamos há 15 anos?

Pois é, esse post vai narrar um reencontro de um grupo de amigas que estudaram juntas, de garotas adolescentes e que hoje tornaram-se grandes mulheres...

Eu estudei no Sion e, na época do primário, conheci a Raquel e a Marina, com quem estudei até a 8ª série. No meio desse percurso, começamos a estudar com a Daniela (irmã da Raquel)... A afinidade que tínhamos era grande, e o melhor de tudo isso é que morávamos próximas, então, estávamos sempre uma na casa da outra... Andar de bicicleta pelo bairro era um clássico, ou então jogar banco imobiliário, ou até mesmo escutar música (Pearl Jam, Alice in Chains e Pantera!!!) - Que época feliz, onde nossas obrigações não eram nada além do que tirar notas boas na escola...

O tempo passou, nós crescemos e fomos, cada uma, tomando seu rumo... Até que, passados 15 anos e graças ao Facebook, marcamos um encontro aqui em casa! Infelizmente a Marina não pode vir, devido ao trabalho.

Imaginem o quanto conversamos  - já pensou no que é atualizar 15 anos de acontecimentos? - E para dar início a essa longa conversa, nada melhor do que  iniciar os brindes com uma espumante leve, com aromas de flores e que tivesse a coloração daqueles doces tempos: rosa!

A escolhida foi a 3B, da Filipa Pato (Bairrada - Portugal), elaborado a partir das castas Baga e Bical.

Espumante leve, fresca, com notas aromáticas de flores e na boca um gostinho de morango e framboesa, com média persistência... que harmonizou perfeitamente com nossas conversas!!

E isso é só o começo... amanhã tem mais!!

"Mesmo que as pessoas mudem e suas vidas se reorganizem, os amigos devem ser amigos para sempre, mesmo que não tenham nada em comum, somente compartilhar as mesmas recordações. Pois boas lembranças, são marcantes, e o que é marcante nunca se esquece! Uma grande amizade mesmo com o passar do tempo é cultivada assim!" (Vinícius de Moraes)